Carlos César, que liderou a comitiva do PS presente no encerramento no 40º Congresso do PSD, acompanhado pelo Secretário-geral adjunto, João Torres, e pelo presidente da Federação socialista do Porto, Manuel Pizarro, referiu que o encontro do principal partido da oposição foi, “sobretudo, marcado por uma ideia”: “a de que futuro do PSD é o regresso ao passado”.
Para o dirigente socialista, as ideias que foram apresentadas “são muito poucas”, observando que mesmo em relação a uma das anunciadas – um programa de emergência social – trata-se de um “decalque, uma cópia de todas as medidas que o atual Governo já aplicou”.
“Luís Montenegro é um totalista da maioria de direita que retirou aos portugueses o subsídio de Natal, de férias, que fez diminuir os salários”, lembrou Carlos César, considerando “estranho” que, no seu discurso de encerramento, o novo líder social-democrata “fale da necessidade de apoiar os idosos ou as pensões, quando, em 2015, foi o PSD de Luís Montenegro – era um dos rostos mais notórios – quem pretendia retirar 600 milhões de euros às pensões dos nossos reformados”.
Carlos César criticou ainda a “obsessão doentia” manifestada “pelo PS e pela crítica ao Governo do PS”, considerando que, no que ao “país interessa, foi muito escassa a contribuição deste congresso e também do discurso do líder do partido [Luís Montenegro] hoje”.
“O PSD referencia-se como um partido que vive numa espécie de submundo político de derrotismo e do catastrofismo, ignorando aquilo que tem sido um esforço real na sociedade portuguesa de progresso e de solidariedade”, apontou, considerando que o principal partido da direita “vive um pouco desfocado da realidade”.
Em relação a uma das posições assumidas pelo novo presidente do PSD, de se manifestar contra o referendo da regionalização em 2024, Carlos César apontou que aquilo para que “o PS não está disponível é para não fazer reformas no país”.
“E, portanto, este espírito reformista está também associado aos avanços que nós queremos e que vamos ter do ponto de vista da descentralização, do ponto de vista da regionalização. Se o PSD se constituir como um travão a essas e outras reformas, isso não impedirá que façamos a nossa progressão e que concretizemos essas reformas”, sublinhou o presidente do PS.