“Todos sabemos que o PSD nunca se mobilizou muito” para a execução do PRR “depois da pandemia” de Covid-19, vincou o socialista durante o debate sobre política setorial com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Carlos Pereira recordou quando o primeiro-ministro, António Costa, ia a Bruxelas “tentar pressionar para um programa desta natureza, mas o PSD assobiava para o ar, não mostrava nenhum interesse”.
O vice-presidente da bancada socialista disse que consultou o site do PSD e encontrou notícias que comprovam este facto, como por exemplo Rui Rio a afirmar que “o Governo está desde o início da pandemia à espera do milagre europeu”, ou um deputado social-democrata a declarar que “o Programa de Estabilidade é uma confissão antecipada do fracasso do Plano de Recuperação e Resiliência”. “Isto não é alguém que está verdadeiramente interessado em ter um programa que possa, de alguma forma, recuperar o país”, assegurou.
Carlos Pereira lembrou que quando o PSD percebeu que o PRR ia ser uma realidade, apresentou um programa diferente. E comparou os números dos dois planos: “O contributo para o Serviço Nacional de Saúde do PSD era mil milhões. Ora, para o PS são 1.400 milhões. Aqueles que dizem que é preciso mais dinheiro para a saúde, no caso do PRR, propõem mil milhões. No caso da escola digital, o PSD propõe 400 milhões, o PS propôs 559 milhões. Para as empresas – durante tantos meses disseram que o PRR não olha para as empresas, é um fracasso no que diz respeito ao tecido económico – o atual líder parlamentar propôs no seu estudo cinco mil milhões, o PS propôs seis mil milhões”.
Já quanto aos empréstimos, “numa altura em que era preciso dinheiro para alimentar a economia”, o PSD propôs 1.555 milhões, o que contrasta pela negativa com os 2.770 milhões do PS, acrescentou.
Carlos Pereira mencionou em seguida a tentativa dos social-democratas de espalhar que há medidas de austeridade escondidas no PRR. “Quando foram ver, afinal não eram medidas de austeridade, eram reformas e estavam todas lá e eram exatamente aquilo que o PSD dizia que não havia”, clarificou.
“Não vale a pena falar de execução, porque ainda nos lembramos quando os senhores fizeram o PT2020. Durante dois anos distribuíram 500 mil euros e fizeram zero concursos para as autarquias”, criticou o deputado socialista.