PSD lida mal com a liberdade de crítica no debate político
“Passos decidiu ser piegas porque não compreende a liberdade. Existe para falar e o antigo Presidente da República e Paulo Rangel têm toda a liberdade para falar, mas também há liberdade para criticar, a liberdade é dos dois lados”, disse o deputado socialista, estranhando a crispação do líder do PSD.
“Parece que Passos Coelho não gosta e preferia que os seus convidados na Universidade de Verão pudessem falar e opinar livremente sem haver a liberdade para criticar aquilo que dizem”, acrescentou.
Uma oposição “amuada” e “baralhada”
Sobre os temas aflorados pelo líder do PSD no seu discurso em Castelo de Vide, João Galamba sublinhou a evidência da confusão da direita sobre cortes no orçamento público e lamentou a recusa de consensos sobre o próximo quadro comunitário.
“Passos parece baralhado quanto à ideia de cortes, porque o único Governo que fez cortes nos serviços públicos foi o do PSD/CDS e o que este Governo está a fazer é recuperar dos cortes efetuados”, assinalou.
João Galamba lembrou ainda que o PSD “propôs o encerramento de serviços e o desmantelamento e cortes em todos esses serviços, na segurança social propôs a privatização, na educação propôs que a escola privada tivesse o mesmo tratamento que a escola pública e na saúde propôs que os privados tivessem o mesmo tratamento que o Serviço Nacional de Saúde”.
Quanto à recusa do PSD para um acordo alargado sobre a utilização dos fundos comunitários, o dirigente socialista afirmou que Passos Coelho, “além de piegas, parece estar amuado, porque não lida bem com o facto de estar na oposição e parece não querer participar em consensos que são necessários para o futuro”, lamentando que o principal partido da oposição se exclua “de qualquer debate, qualquer diálogo e qualquer discussão sobre um horizonte de fundos europeus que é determinante para o país, para a competitividade, coesão e desenvolvimento nacional”.
O deputado acrescentou ser expectável que o período entre 2021 e 2027 “envolva vários Governos”, pelo que “era desejável que houvesse um consenso tão alargado quanto possível, mas Passos Coelho pôs-se fora do consenso sem que se percebam os argumentos”.
João Galamba acrescentou, com ironia, que a posição de Pedro Passos Coelho só permite duas interpretações possíveis. “Ou entende que estes investimentos são desnecessários, ou então entende que o PS irá provavelmente governar até 2027, mas isso tem de ser o PSD a explicar”, referiu.