PSD anda aos ziguezagues sobre a TSU
Para a Secretária-geral adjunta do PS, importa, antes de mais, verificar o que se passa hoje com o líder do PSD, para estar a defender agora exatamente o oposto do que defendia em 2014 sobre a TSU, quando chefiava o Governo. O então primeiro-ministro, lembra Ana Catarina Mendes, sustentava na altura que se devia valorizar o diálogo social, “algo que nunca fez”, e alegava “que o que era bom para os parceiros sociais, era igualmente bom para o país e, consequentemente, bom para os partidos políticos”.
Mais recentemente, a dirigente socialista lembrou que em 2016, aquando do acordo de concertação social, o líder do PSD, já na oposição, apesar de ter anunciado que estava contra a subida do salário mínimo nacional então fixado, nada disse, contudo, se “estava a favor ou contra da descida da TSU”.
Lamentou, por isso, que agora em 2017, feito o acordo, o líder do PSD rompa o silêncio que manteve sobre a TSU, e nada diga sobre se está a favor ou contra o novo valor do salário mínimo nacional.
O que está em causa neste momento, como lembrou Ana Catarina Mendes, “é saber de que lado está o PSD”. Se está a favor de um acordo e do “respeito pela concertação social”, ou se a sua postura muda na oposição e adota uma atitude de “desrespeito pela concertação social” e uma postura de “falta de consideração pelo diálogo que foi atingido junto dos parceiros sociais”.
Para a dirigente socialista, é preciso que o PSD clarifique que caminho quer trilhar, e se, ao contrário do PS, que “sempre esteve do mesmo lado”, a favor do diálogo social e do valor da concertação social e dos seus parceiros, vai agora “deitar fora aquilo que afirmou e defendeu no passado recente”.
Boas medidas para os trabalhadores
Na perspetiva do PS, como afirmou Ana Catarina Mendes, o que verdadeiramente está em causa é um acordo de concertação social, que promove uma descida da TSU em 1,25% para os empregadores, como contrapartida ao aumento do salário mínimo nacional, que passa para os 557 euros, que contempla “boas medidas para os trabalhadores” e que, sobretudo, como realçou, “representa o cumprimento de mais uma promessa do PS de aumentar o salário mínimo nacional”.
A Secretária-geral adjunta socialista criticou ainda o PSD e Passos Coelho, por se “demitirem de fazer uma oposição a sério”, preferindo andar aos “ziguezagues”, revelando assim, como aludiu, “um total desnorte”, que não só não é bom para o PSD, mas, principalmente, “é negativo para o país”, porque a democracia, como sublinhou, “fica sempre fragilizada quando não existe uma oposição forte que saiba o que quer”.
A dirigente socialista fala aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional, que iniciou os trabalhos com um minuto de silêncio, proposto pelo Secretário-geral do PS, António Costa, em memória do fundador do Partido Socialista e antigo Presidente da República, Mário Soares.
Esta reunião da Comissão Política Nacional do PS teve como pontos da ordem de trabalhos, para além da análise da situação política, os processos internos para as eleições autárquicas deste ano.