“O PS venceu estas eleições e é hoje a primeira força política em Portugal. Derrotámos uma coligação de três partidos [PSD/CDS/PPM] que governam Portugal, tivemos mais votos e mais mandatos”, enfatizou o líder socialista, dirigindo uma saudação e um agradecimento à cabeça de lista do PS a estas europeias, Marta Temido.
“Marta, para além de te dar os parabéns, dar os parabéns a todas as mulheres portuguesas. Foi a primeira vez que uma mulher ganha uma campanha nacional. Parabéns e agradecer a todos os outros candidatos”, referiu, muito aplaudido, nomeando, um por um, todos os eurodeputados socialistas eleitos.
O Partido Socialista foi o vencedor das eleições de domingo para o Parlamento Europeu, obtendo 1.266.813 votos, mais 160 mil do que nas europeias de 2019, o que correspondeu a 32,08% dos votos dos portugueses, tendo elegido oito eurodeputados.
Pedro Nuno Santos destacou também que o PS, o partido mais votado em 11 dos 18 distritos do Continente, recuperou “a liderança em mais três distritos: Faro, Guarda e Porto”.
O líder socialista observou, por outro lado, que “esta vitória do PS e derrota da AD” não são irrelevantes no plano nacional, lembrando que o Governo quis “nacionalizar” a eleição, envolvendo-se de forma intensa e nunca vista numa campanha para as europeias, o que teve também, como apontou, a resposta dos portugueses.
“Ao longo das últimas semanas nós tivemos um Governo em campanha intensa, com planos atrás de planos, dirigidos a vários setores da população, com promessas que não são sequer quantificadas do ponto de vista orçamental, não têm metas para fazer a sua avaliação, não têm prazos para fazer o seu escrutínio”, criticou.
“Esta foi a resposta que o povo português deu à forma como o Governo também quis estar nesta campanha”, vincou Pedro Nuno Santos.
“Não será pelo PS que haverá instabilidade política em Portugal”
No seu discurso, tendo ao seu lado a cabeça de lista eleita, Marta Temido, e o presidente do PS, Carlos César, o Secretário-Geral socialista assegurou, contudo, que não será pelo PS que haverá instabilidade política em Portugal, considerando que não foi o Governo que ficou em causa nestas europeias, mas sim “uma determinada forma de governar”.
“Apesar de o Governo ter nacionalizado estas eleições, elas são umas eleições europeias”, disse. “Não é o Governo que ficou em causa nestas eleições, mas sim uma determinada forma de governar. Essa sim foi derrotada nestas eleições”, completou.
Apoio a António Costa para o Conselho Europeu tem “larga maioria” em Portugal
Pedro Nuno Santos congratulou-se, também, perante o facto de haver hoje uma “larga maioria em Portugal”, incluindo o próprio Governo, a apoiar António Costa para presidente do Conselho Europeu, garantindo todo o empenho, pessoal e do PS, para que essa realidade, caso seja a vontade do ex-primeiro-ministro, venha a concretizar-se.
“Tendo em conta os resultados, do ponto de vista europeu, é natural que o presidente do Conselho Europeu venha a ser dos Socialistas Europeus”, referiu.
“Esperamos ter dado o nosso humilde contributo para que o presidente do Conselho Europeu seja dos socialistas portugueses. Ficamos muito felizes por saber que tem o apoio do Governo português e, portanto, há uma larga maioria em Portugal que apoia António Costa para presidente do Conselho Europeu”, acrescentou.
Da parte dos socialistas portugueses, “será com grande entusiasmo” e “força” que apoiariam António Costa para o desempenho de um cargo de tão elevado prestígio europeu e para Portugal, afiançou Pedro Nuno Santos, arrancando uma grande salva de palmas.