Ao falar aos jornalistas, ontem à noite, na sede nacional do Partido Socialista, em Lisboa, o Secretário-Geral afirmou que a decisão que os eleitores são chamados novamente a fazer “será entre o PS e o PSD”, avisando estar em jogo “a saúde da nossa democracia” e “o desenvolvimento do nosso país”.
“A escolha será, portanto, entre dois projetos e duas lideranças, sendo que a confiança no projeto irá depender da confiança na liderança”, avisou, fazendo notar de seguida que o atual Governo da AD não entrou em gestão apenas esta semana.
“Entrou quando se esgotou o excedente orçamental” herdado do anterior executivo do Partido Socialista”, disse, criticando o facto de não haver “nenhuma transformação em curso, nem propósito, nem desígnio” em Portugal.
Após a declaração ao país do Presidente da República desta quinta-feira, na qual foi anunciada a decisão de dissolver a Assembleia da República e convocar legislativas antecipadas, o líder do PS deixou claro que o Luís Montenegro diz que está bem hoje “era o que já estava bem há um ano”.
“Quando o Governo socialista caiu em 2023, a economia crescia mais depressa do que cresceu em 2024”, pontualizou Pedro Nuno Santos, afiançando que “o PS está focado em liderar com ambição e comprometido com o futuro” neste novo cenário político prestes a abrir-se.
Empenhado em que “os portugueses percebam, sintam e saibam que podem confiar no PS”, o Secretário-Geral e candidato a primeiro-ministro reiterou o compromisso do projeto socialista com “a transformação da economia”, para que “o povo português possa ter melhores salários”.
“O Governo do Partido Socialista cuidará do Estado Social e defenderá o Serviço Nacional de Saúde”, prometeu, avançando a sua determinação em implementar “uma política de habitação que seja para todos e não apenas para alguns”.
“Um Governo que seja para a maioria da população e não apenas para uma minoria”, resumiu.
Discutir os problemas do país e as propostas para os resolver
Já a propósito da campanha eleitoral que se aproxima, antecipou que irá “discutir o país, os seus problemas e as propostas para os resolver”.
“Porque o que aconteceu nas últimas três semanas e o que nós temos vindo a saber é suficientemente grave para não ignorar. E nós optamos por não ignorar. E não ignorámos. A ética na política é fundamental, os problemas deste Governo não são só estas últimas três semanas”, frisou, acusando o Executivo de incompetência em várias áreas da governação.
Questionado pelos jornalistas sobre as declarações do deputado do PSD e presidente da Assembleia da República durante o Conselho Nacional social-democrata, acusando Pedro Nuno Santos de ter feito pior à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos, o líder do PS afastou a ideia de um conflito institucional ou pessoal com a segunda figura do Estado.
Classificando as declarações de Aguiar-Branco como “menos felizes”, vincou que estas aconteceram numa reunião partidária, manifestando compreender a zanga dos dirigentes do PSD, “que só se podem queixar de si próprios”.
“Estamos numa situação difícil”, observou, considerando aconselhável “saber contextualizar e seguir em frente, sem dar excessiva importância a algumas declarações que vamos ouvindo”.
Quanto ao contributo que dará para a campanha eleitoral, Pedro Nuno Santos adiantou que não alimentará polémicas, até porque, insistiu, o momento atual “já é suficientemente complexo e difícil”.
“Temos que discutir os problemas do país e também uma forma de estar na vida e de estar na política que seja ética e transparente”, concluiu.