“Nós vamos liderar a oposição. Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS. Essa é a nossa tarefa daqui para a frente”, declarou.
Recebido com um prolongado e caloroso aplauso ao entrar na sala completamente cheia do Hotel Altis, em Lisboa, onde os socialistas acompanharam a noite eleitoral, Pedro Nuno Santos começou por dirigir um agradecimento a todos os portugueses pela sua participação nas eleições e aos portugueses que confiaram no PS e no seu projeto, deixando uma palavra especial para todos os militantes e apoiantes: “fizemos uma campanha extraordinária e cheia de força, e isso é motivo de orgulho”.
De seguida, felicitou a Aliança Democrática (AD) e o seu líder, Luís Montenegro, por ter sido a primeira escolha dos eleitores portugueses, ainda que por pequena margem, apontando que o PS assumirá a liderança da oposição.
“Apesar da diferença tangencial entre nós e a AD, e sem desrespeitar os votos e os eleitores dos círculos eleitorais das nossas comunidades [círculos da Europa e Fora da Europa, ainda por apurar], tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado. Quero por isso dar os parabéns e felicitar a AD pela vitória nestas eleições”, declarou.
Pedro Nuno Santos assumiu também, com clareza, que o PS, ao não reunir as condições necessárias para apresentar uma solução alternativa de Governo, não inviabilizará a formação de um Governo minoritário da AD.
“Olhando para os resultados eleitorais, é evidente que não há possibilidade de o PS apresentar uma maioria alternativa. Por isso, não obstaculizaremos a formação de um Governo. Não aprovaremos moções de rejeição e também agradecemos que não sejam apresentadas moções de confiança, porque também não as aprovaríamos. Portanto, não inviabilizaremos a formação de um Governo”, disse.
O Secretário-Geral do PS frisou, contudo, e com igual clareza, que também não caberá aos socialistas suportar esse Governo, quando têm um projeto para o país que não é compatível com o da AD.
“Nós não andámos a fazer de conta. Nós defendemos o nosso programa e defendemos que o programa da AD era errado e era mau para o país. Não vamos passar a aderir ao programa que combatemos e que continuamos a achar que é errado para o país”, afirmou.
Por isso, acentuou, “não é ao PS que têm de pedir para suportar um Governo da direita. Isso não vai acontecer”.
“E eu quero que fique claro desde já, porque nós sabemos que a pressão acontecerá, os socialistas sabem bem que ela virá, mas nós vamos aguentar-nos firmes: a defender o nosso programa, as nossas ideias, os nossos valores”, garantiu o líder socialista, recebendo um prolongado aplauso.
Para Pedro Nuno Santos, “o tempo da tática na política acabou”. O PS vai liderar a oposição e vai bater-se com determinação pelo seu projeto para o país, que não é o da direita.
“O nosso caminho começa agora”, concluiu o líder socialista