Este convite do Grupo Parlamentar do PS surge após várias notícias divulgadas na comunicação social, entre as quais uma que refere que a privatização da companhia aérea terá sido ganha por David Neeleman com dinheiro da própria TAP.
Eurico Brilhante Dias recordou, numa conferência de imprensa, que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista fez um requerimento, esta semana, “dirigido ao Ministério das Finanças e ao Ministério das Infraestruturas para recolher informação pertinente sobre o processo de privatização, em particular sobre a forma como, aparentemente, podem ter sido cometidos dois crimes – um de assistência financeira e o outro de gestão danosa”.
“Está em causa a utilização de dinheiro da TAP e de contratos da TAP para financiar a entrada de um operador privado na companhia aérea nacional”, alertou o presidente da bancada socialista, que revelou que a direção do Grupo Parlamentar do PS “teve uma profunda reflexão e entendeu que é o momento para, desde já, organizar o convite” a estas personalidades para virem prestar esclarecimentos à Comissão de Economia.
Eurico Brilhante Dias referiu que o PS conta “com a boa vontade” de Pires de Lima e de Sérgio Monteiro para aceitarem o convite e colaborarem no processo de esclarecimento dos portugueses, e não excluiu a possibilidade de, depois destas audições, fazer “novos convites para que a Comissão de Economia possa ouvir os participantes na assinatura do contrato de privatização”.
“Aquilo que vamos percebendo é que foi mantido em segredo um negócio com o senhor [David] Neeleman, o Governo e a própria TAP e a Airbus. E que esse segredo foi assim mantido até ao processo de nacionalização”, lamentou.
A comprovar-se este facto, estamos perante, do ponto de vista político, “um dos atos mais graves de gestão pública desde o 25 de Abril”, assegurou o presidente da bancada do PS. “Estão em causa mais de 400 milhões de euros, estão em causa potencialmente dois crimes de assistência financeira e de gestão danosa”, insistiu.
Garantindo que os socialistas não vão “deixar cair este caso”, Eurico Brilhante Dias defendeu que “a Comissão de Economia e o Parlamento têm os instrumentos necessários a essa fiscalização”.
Eurico Brilhante Dias frisou ainda que está em causa um Governo, liderado por Pedro Passos Coelho, que “esteve menos de 30 dias em funções e que privatizou a TAP 12 dias depois de tomar posse e dois dias depois de ter sido aprovada uma moção de rejeição neste Parlamento”.
