“Se não tivemos agora boa votação, ou a votação que queríamos, é porque, com certeza, há muitas coisas para aperfeiçoar e é essa procura que estamos a fazer”, admitiu Carlos César aos jornalistas, à entrada para a reunião da Comissão Nacional do PS de sábado, ocasião em que, assegurou, seria feita também “uma avaliação do que correu bem e do que podia ter corrido melhor”.
“Na sequência de um ato eleitoral que foi tenso e que teve resultados particularmente complexos, é natural que o Partido Socialista reúna todos os seus órgãos, um de cada vez, para fazer uma avaliação sobre a forma como se deve agora colocar para desempenhar o papel que a sociedade eleitoral portuguesa lhe deu”, clarificou César.
De seguida, apontou ser necessário realizar um percurso e um trabalho internos “para que o PS continue a ser um partido útil e determinante na sociedade portuguesa”.
É esse, de resto, “o sentido e a missão” que os socialistas assumem perante o país, nas palavras do presidente do PS, num serviço que, frisou, “devemos cuidar para que seja melhor”.
Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2025, Carlos César reforçou o que a esse propósito tem sido afirmado pelo Secretário-Geral do PS, no sentido de ajuizar como “praticamente impossível” que os socialistas venham a concordar com um documento “que replicará necessariamente o cenário macroeconómico que a AD apresentou durante a campanha eleitoral”.
Isto porque, explicou, “é pouco provável ou pouco possível que a AD apresente uma proposta orçamental contra esse cenário macroeconómico”, perante cujas previsões e orientações, vincou, “o Partido Socialista mantém profunda discordância e não atribui grande credibilidade”.
Carlos César indicou ainda que o PS está aberto ao diálogo com todas as forças políticas que se inserem “no conceito de respeito pelos direitos democráticos”, pois é essa a obrigação do partido.
“O Parlamento, de resto, é isso mesmo. Nós, quer queiramos ou não, estamos em diálogo permanente, ativo e dinâmico com todas as forças políticas”, enfatizou, sublinhando ser “natural que desse diálogo e dessa vida parlamentar resulte também a necessidade de confrontar com os outros partidos as nossas propostas e verificarmos se, nas propostas dos outros partidos, há ou não margem para também adicionar a nossa concordância”.