Para o presidente do PS, a “solução preferencial” após a demissão de António Costa, e a que “preza a estabilidade e o respeito pelos mandatos que os governos têm e que resultam da vontade popular”, deverá passar pela nomeação de um novo primeiro-ministro “apoiado pela maioria parlamentar socialista”, posição que foi transmitida ao chefe do Estado pelo presidente do PS, Carlos César.
Acompanhado pelo Secretário-Geral Adjunto, João Torres, e pelo líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, Carlos César foi ontem recebido no Palácio de Belém pelo Presidente da República no âmbito dos encontros que o chefe de Estado está a realizar com os partidos com assento parlamentar após a demissão do primeiro-ministro, António Costa.
Falando aos jornalistas no final da tarde de ontem, à saída do encontro com o chefe de Estado, Carlos César garantiu que o PS pode a qualquer momento apresentar ao Presidente da República “várias soluções e nomes” de personalidades capazes de dirigir um novo Governo, “pessoas respeitadas no nosso país, com experiência governativa e com reconhecimento ou até experiência internacional”, adiantando, contudo, que neste encontro não foi adiantado nem proposto nenhum nome em concreto a Marcelo Rebelo de Sousa.
Caso a opção do chefe de Estado venha a passar por esta solução, disse Carlos César, terá de haver a “aprovação prévia” pela Comissão Política Nacional do PS, que reúne hoje à noite, em Lisboa, do nome proposto pelo atual Secretário-Geral, António Costa.
Não pondo de lado a eventual convocação de eleições legislativas antecipadas, Carlos César não deixou, contudo, de salientar os “riscos” que esta solução pode acarretar numa altura, como lembrou, em que o contexto internacional é marcado pela ascensão de um conjunto de obstáculos com efeitos económicos que podem exigir “medidas preventivas e medidas reativas por parte do Governo”, insistindo também na tese de que a antecipação do ato eleitoral “não garante necessariamente uma situação de estabilidade política para o futuro”, voltando a defender que, mesmo que a solução passe por eleições antecipadas, “é muito importante para o nosso país termos o Orçamento do Estado aprovado”.
O dirigente socialista manifestou, uma vez mais, a “profunda confiança” numa vitória do PS caso a solução passe por eleições antecipadas, mostrando-se convicto de que essa vitória será o reflexo do reconhecimento por parte dos portugueses do “trabalho feito até agora e da capacidade de renovação do PS”, reafirmando que a solução adequada, defendida pelos socialistas “em nome da normalidade democrática”, privilegia a estabilidade política no quadro constitucional, “sem necessariamente a ocorrência de uma interrupção da legislatura”.
Estabilidade política
Neste encontro com o chefe do Estado, o PS voltou a reafirmar a sua inequívoca posição de partido que “preza os valores associados à democracia, à estabilidade política e ao respeito pelos mandatos que os governos têm e que resultam da vontade popular”, lembrando que perante a instabilidade que se vive internacionalmente, o Governo de Portugal está confrontado, “no futuro imediato”, com a necessidade de avançar com “medidas preventivas e outras reativas que salvaguardem a normalidade social e o ambiente económico do nosso país”.