“PS tem futuro porque tem memória”
Na sua intervenção, a dirigente socialista destacou que esse legado, de combate pela liberdade e democracia, assume uma dimensão tão mais relevante e exigente num tempo em que se assiste a um “retrocesso inimaginável no século XXI”, de que é motivo de apreensão a ascensão dos movimentos e políticas populistas e de extrema-direita na Europa e no Mundo.
Honrando esse legado, “o PS tem futuro porque tem memória”, sustentou ainda Ana Catarina Mendes.
António Campos, Sérgio Sousa Pinto, Maria de Medeiros, Basílio Horta, José Manuel dos Santos e Vítor Ramalho foram os oradores convidados da cerimónia, que reuniu mais de 250 pessoas no Fórum Romeu Correia, em Almada.
O também fundador do PS e antigo ministro da Agricultura, António Campos, lembrou o prestígio internacional do líder histórico socialista, recordando que os grandes líderes europeus da época, Helmut Schmidt, Willy Brandt, Olof Palm e François Miterrand, “tinham uma admiração brutal por Mário Soares”, a quem sublinhou igualmente a sua extraordinária “intuição política”.
O espírito inconformista de Soares foi evocado por Vítor Ramalho, seu antigo secretário de Estado do Trabalho, dando como exemplo de que mesmo nos últimos anos, apesar da idade já avançada, Mário Soares nunca se conformou com austeridade imposta ao país, traduzindo esse inconformismo nos encontros da aula magna, com o “objetivo, não escondido, de deitar abaixo o anterior Governo”.
Basílio Horta, atual autarca de Sintra e que também integrou um dos governos liderados por Soares, como ministro do Comércio, defendeu que Mário Soares também foi “um grande primeiro-ministro reformador”, dando como exemplo a coragem que revelou na altura em que aprovou a Lei de Bases da Reforma Agrária e com a decisão de avançar com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Mário Soares “morreu com 92 anos, mas nunca chegou a velho, porque era um espírito inquieto”, sintetizou, por seu lado, o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto.