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PS tem de lutar pela maioria absoluta

PS tem de lutar pela maioria absoluta

Numa entrevista ao jornal Público, António José Seguro defendeu que “o diálogo partidário deve ser algo natural na vida do país” e revelou que ambiciona uma maioria absoluta nas futuras eleições.

Comentando as reuniões que o PS teve com os restantes partidos parlamentares, o secretário-geral socialista considerou “que era fundamental, em primeiro lugar, dar um sinal público de que o diálogo partidário deve ser algo natural na vida do país”. “O diálogo entre os partidos faz-se muito em trincheiras e era importante desdramatizar cada vez que um partido dialoga com outro”, acrescenta.

Em segundo lugar, lembrou que “é impossível nós resolvermos os problemas do país se não houver uma melhor compreensão dos pontos de vista e das posições de cada partido”.

António José Seguro defendeu que seria “benéfico para o país” que estes diálogos entre partidos fossem habituais, já que “a nossa democracia deve ser das mais rígidas em relação ao diálogo, fica a ideia que dialogar é ceder”. “Ora, dialogar é conhecer melhor as posições de cada um e depois tentar encontrar convergências porque o país precisa delas”, aponta.

O líder socialista lembrou que o “Governo começou por ter todas as condições políticas e sociais para concretizar consensos na sociedade. Aliás, conseguiu um acordo de concertação social, mas depois desbaratou tudo”. “E no momento em que consideramos que este Governo chegou ao fim, o PS teve que assumir a sua responsabilidade. Que é a preparação de um futuro Governo”, sublinhou.

António José Seguro reiterou que ambiciona “a maioria absoluta para poder fazer aquilo que tem de ser feito. Mas, ao mesmo tempo, irei esforçar-me para ter os entendimentos com as forças políticas, mas também as forças sociais que vão para além dos parceiros sociais”.

Lembrou a posição do PS, que defende que “Portugal deve pagar a sua dívida mas deve ter condições para o fazer”. “Portanto, defendo pôr de lado a política de austeridade. Que significa olhar para os problemas e responder de forma estruturante. Isso obriga a tempo”, vincou.

“Em relação à dívida, a minha resposta é europeia: mutualização de parte da dívida. Isso traria dois efeitos: a nossa dívida baixava para os 60% e o nosso financiamento nos mercados era mais favorável, pagando menos juros. Se a Europa negociar a dívida em conjunto, vai financiar-se a preços mais baixos. Teríamos uma enorme quebra no peso do serviço da dívida e também por essa via se reduzia o défice”, explica.

António José Seguro criticou o Governo, que se portou “como um aluno que foi a exame e não tinha resultados para apresentar. Não é um problema de mais tempo. É um problema de outra política que precisa de mais tempo para criar o tal ambiente propício ao crescimento da economia”.

“A política de austeridade foi um erro. O Governo não a considera assim. Nós consideramos ser necessário estabilizar a economia. O Governo considera que não. Nós consideramos que deve haver uma renegociação do nosso processo de ajustamento”, sublinha.

Segundo o secretário-geral do PS, temos que fazer um ajustamento “para os três por cento do défice fiscal. Temos que resolver o problema da dívida. Temos que resolver o problema de competitividade. Temos que resolver o problema de défice externo. Temos que diminuir o desemprego. Só resolvemos isto pondo a economia a crescer”.

Relativamente à Europa, afirmou que tem de deixar “de responder atrás do prejuízo e responder aos seus problemas de forma robusta. Tem de ter políticas anticíclicas, de dinamização da economia, de combate ao desemprego e tem de haver uma mudança na arquitetura europeia, tem de haver união bancária, mais integração orçamental e política. A Europa tem de deixar de se comportar como castigadora de quem se portou mal e ter uma atitude pró-ativa, de procurar soluções com os países”.

 

Leia aqui a entrevista em formato PDF