PS sublinha sucessos do Governo contra profecias da oposição
No debate sobre o estado da Nação, que teve ontem lugar no Parlamento, Carlos César contestou a presidente do CDS-PP, a “candidata a líder da oposição”, lembrando os sete cartazes que Assunção Cristas apresentou no debate do Estado da Nação há um ano. Uma a uma, o presidente do Grupo Parlamentar do PS rebateu as ideias que a líder do CDS trouxe então ao Parlamento, sublinhando os resultados alcançados pelo Governo contra as críticas dos partidos da oposição. “Sete cartazes do CDS para o ecoponto”, sublinhou.
“E conseguimos tudo isso, remando contra a oposição, que queria mais cortes nas pensões, que vozeava contra a subida de salários e que ainda aponta, com desprezo, o que diz serem “clientelas do governo” quando tratamos de temas como a igualdade do género, ou quando falamos das crianças, dos desempregados e das famílias a quem aumentámos os apoios sociais e ajudámos a recuperar uma dignidade mínima”, acrescentou o líder parlamentar do PS.
Em “tempo de balanço”, Carlos César destacou a “qualidade e o sucesso da governação do Partido Socialista”, conseguida em pouco mais de um ano e meio com o apoio dos partidos da esquerda, depois de ter recebido, no final de 2015, um “país fragilizado” pelas políticas de “austeridade ingrata, improdutiva e desumana” do anterior Governo, contrariando, assim, as previsões pessimistas do seu ex-primeiro-ministro.
“O balanço é, felizmente, o fiasco dessas premonições do deputado Passos Coelho: ao invés, o investimento subiu, o emprego aumentou, o crescimento é uma constante na economia e o valor do défice é saudado por todas as instituições europeias”, lembrou o presidente do PS, numa intervenção no debate parlamentar sobre o Estado da Nação, aludindo às profecias derrotistas do líder do PSD no mesmo debate há um ano.
Trabalhar para vencer os desafios do país
O líder parlamentar do PS ressalvou, contudo, que os êxitos alcançados não devem desviar a atenção da necessidade de continuar a trabalhar com “humildade” e com a “consciência das inquietudes, das dificuldades e dos desafios que coabitam num país ainda sujeito a significativas restrições financeiras”.
Carlos César elencou depois alguns desses “desafios, que são muitos” e transversais às várias áreas da ação governativa: melhoria da sustentabilidade da economia, preparação do próximo quadro europeu pós-2020, robustecimento do sector bancário, melhoria da eficiência no sector judiciário, descentralização político-administrativa, recuperação do défice de qualificação dos portugueses, combate ao desemprego jovem e de longa duração, valor das pensões e dos rendimentos do trabalho e “a reposição dos níveis de acesso aos bens e serviços públicos básicos afetados nos anos da governação anterior, especialmente nos domínios da Habitação e da Saúde”.
Entre os desafios, o presidente do PS destaca a reforma florestal, iniciada pelo Governo em outubro do ano passado e em apreciação do parlamento, considerada como um “instrumento estrutural essencial para conter a prazo a incidência e dimensão dos fogos” e “absolutamente determinante na qual todos se devem responsabilizar”.
“Mas há uma verdade que não conflitua com a necessidade de vencer esses desafios: recebemos, no final de 2015, um País fragilizado, com os empresários desmoralizados e as famílias destroçadas por uma austeridade ingrata, improdutiva e desumana, e temos hoje um Portugal com os índices de confiança dos cidadãos e na economia nos máximos de há décadas, mostrando a qualidade e o sucesso da governação do Partido Socialista”, recordou Carlos César.
Em contraposição aos cortes na despesa, entre 2010 e 2015, em serviços do Estado nos setores da Defesa, Proteção Civil, Educação e Saúde, Carlos César recordou o aumento pelo atual Governo, “e sem quaisquer cativações”, das verbas para a Lei de Programação Militar, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, as escolas e as Unidades de Saúde.
No balanço, o líder parlamentar do PS não deixou também de partilhar o mérito dos resultados das políticas de crescimento económico e coesão social com os partidos que apoiam a ação governativa, o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV.
“Conseguimos tudo isso, e ainda mais, com o apoio dos partidos da esquerda, com quem temos trabalhado. Com eles partilhamos o entusiasmo por uma mudança mais intensa e deles não nos distinguimos por menor ambição. Continuaremos a trabalhar para cumprir o programa do governo, garantir a estabilidade política e social, ativar a economia, melhorar a proteção social e a confiança dos portugueses e das entidades externas no presente e no futuro de Portugal”, disse.