PS será aliado do setor da economia social
Numa conferência sobre economia social, na sede do Partido Socialista, em Lisboa, Vieira da Silva considerou que o congresso nacional da economia social seria “um momento chave de afirmação”” do setor.
Todavia, alertou que se ficar por ser “mais uma conferência, onde se debatem problemas e desafios e de onde sai uma carta” permanecerá apenas como uma “nota de rodapé”.
“Se não tiver a capacidade de produzir um salto qualitativo, em particular naquilo que tem a ver com a representação organizada e conjunta da economia social, se esse passo não for possível ser construído, não iremos tão longe quanto a realidade nos obriga”, sublinhou o governante, na conferência que assinalou a criação do Departamento Nacional de Economia Social do PS, liderado pela secretária nacional Susana Ramos.
Aos membros do novo departamento socialista, Vieira da Silva disse que “essa intervenção organizada tem a ver com a ação política, mas que só será eficaz – porque o PS tem o seu código genético e os seus compromissos com a sociedade – se for profundamente imbuída do respeito por características essenciais da economia social: a sua independência e o seu caráter democrático”.
Ao intervir no encerramento da conferência, a Secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, assegurou que o tema “não será partidarizado pelo PS, mas respeitará todas as organizações da economia social”, na vontade de continuar a ser “um aliado deste setor”.
Numa intervenção de enquadramento histórico e teórico, Vieira da Silva apontou para a “evidência da superior resiliência da economia social face a todas as outras formas de organização, em quadros de grande instabilidade económica, financeira e social”.
Vieira da Silva sublinhou ainda o crescimento da despesa pública em termos reais na associação entre o Estado e o setor social.
Novo departamento socialista aberto à sociedade civil
Por sua vez, Susana Ramos, do Secretariado Nacional do PS, afirmou que a formação de um departamento dedicado à economia social pretende reforçar “a dinâmica do partido em termos de acompanhamento e de apresentação de propostas de um setor que em Portugal representa 6% do emprego remunerado”.
E salientou que o novo departamento “estará aberto à participação da sociedade civil”, não se limitando ao quadro de militantes.
“Pretendemos valorizar a diversidade das diferentes entidades da economia social, sejam cooperativas, associações mutualistas, misericórdias, fundações ou instituições particulares de solidariedade social”, pontualizou.