PS saúda Governo por rever expressão Direitos do Homem para Direitos Humanos
A linguagem “é o meio pelo qual expressamos o nosso pensamento e que influencia as nossas atitudes, perceções e comportamentos, refletindo também o mundo no qual aspiramos viver e trabalhar”, prosseguiu a parlamentar eleita pelos Açores.
Lara Martinho defendeu que esta alteração constitui uma evolução. “As palavras e o seu significado mudam e a forma como as utilizamos deve acompanhar essa mudança”, afirmou, recordando que ‘Direitos do homem’ é uma expressão herdeira da Revolução Francesa, da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 e que, mesmo países como a França, já procederam a essa alteração. “Também ao nível das instituições europeias tem havido um esforço por utilizar uma linguagem cada vez mais inclusiva”, registou.
A parlamentar sustentou ainda que esta revisão vai “não só ao encontro do espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, como da própria Constituição, que refere que “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana”.
Por fim, Lara Martinho relembrou que se trata de “uma medida que se insere nas políticas de combate à discriminação e promoção da igualdade e inclusão prosseguidas por este Governo”, que fazem parte do ADN político e são uma marca muito visível dos governos do PS, que tem aliás contribuído para legislação em diferentes campos neste âmbito.
A título de exemplo, a socialista recordou a legislação para as empresas, que garante hoje o equilíbrio de género no patamar dos 33% nos cargos de direção para as empresas cotadas em bolsa; ao nível laboral, que assegura igualdade salarial entre homens e mulheres e ao nível político, com a lei da paridade em titulares de cargos políticos, estabelecendo uma representação mínima de 40% de cada género.
Face a tudo isto, assegurou que o PS não podia deixar de congratular o Governo por esta iniciativa, já que a política de igualdade e inclusão passa pela adoção de uma linguagem neutra que abranja todas as pessoas. “Quando falamos de todas as pessoas, não falamos apenas de homens e mulheres, falamos de homens, mulheres, crianças, minorias, pessoas com deficiência, migrantes. Falamos de todos.”
“Este é o exemplo de como uma pequena mudança pode ter um enorme significado”, concluiu.