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PS rejeita ideia de invasão de imigrantes e lembra que sem imigração não há desenvolvimento económico

PS rejeita ideia de invasão de imigrantes e lembra que sem imigração não há desenvolvimento económico

A deputada do PS Cláudia Santos vincou hoje que nunca existiu em Portugal “uma política de portas escancaradas, porque sempre houve controlos de segurança nas fronteiras e requisitos apertados para as autorizações de residência”, e acusou “uma certa direita” de transformar os debates sobre migração “num festim de sonsice”.

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A vice-presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias lamentou, no debate sobre migração requerido pelo PCP, as “ideias falsas em torno da imigração” e lembrou quando o atual Governo anunciou, “antes das eleições europeias, as suas políticas de contenção da imigração e o fim das manifestações de interesse”.

Logo a seguir, o presidente da CAP defendeu na Assembleia da República “um plano de atração de imigrantes e não só de controlo”, salientando que “sem imigração não há desenvolvimento económico”, recordou.

“Com as eleições europeias já atrás da porta, o Governo terá percebido o problema que estava a criar às empresas e deu uns passinhos atrás. Do último Conselho de Ministros já resultou o anúncio de menos cadeados à porta e mais abertura à imigração”, frisou a socialista.

Ora, para combater as “ideias falsas” que circulam, Cláudia Santos deu exemplos de vários “dados empíricos” sobre a imigração que estão publicados em estudos internacionais, sendo que um deles assegura que “o motor da imigração é a procura de mão-de-obra”.

“A imigração aumenta quando há crescimento económico e quando o desemprego é baixo” e foi “por causa do nosso bom desempenho económico que vieram muito mais imigrantes para Portugal”, explicou a parlamentar.

E deu alguns dados: “A partir de 2017, o nosso PIB cresceu acima da média da zona euro e agora é notícia a projeção do FMI, que nos coloca entre os 20 países que mais crescem no pós-pandemia. O desemprego caiu para números históricos e o salário mínimo cresceu 62% em oito anos. Foi por isto que vieram muito mais imigrantes”.

Cláudia Santos contestou também a ideia de que há uma “invasão de imigrantes” e uma “agressão às nossas fronteiras”. “Pelo contrário, o que há são esforços deliberados dos países europeus para recrutarem a mão-de-obra de que precisam respondendo à escassez de emprego em setores como a agricultura, a mineração, os cuidados de saúde, o trabalho doméstico e hotelaria”, esclareceu.

A deputada do PS sustentou depois que “as políticas de portas fechadas não diminuem a imigração, mas aumentam fortemente a imigração ilegal e a vulnerabilidade dos imigrantes”.

PS quer uma sociedade inclusiva, plural e com desenvolvimento económico

“Uma certa direita tem transformado os debates sobre migração num festim de sonsice. Dizem que querem trancas à porta para proteger os próprios imigrantes de condições de vida desumanas”, criticou Cláudia Santos.

A socialista defendeu que o partido em questão “devia dizer isso às jovens mães que entram em barcos no Mediterrâneo com os seus bebés ao colo, mesmo depois de terem ouvido tantas histórias de afogamentos e mortes”, e também “aos centro-americanos que saltam para ‘la bestia’, um comboio de mercadorias, sabendo que podem perder as pernas ou a vida”.

“O Partido Socialista tem muito orgulho na forma como o anterior Governo fez uma reforma estrutural e separou a resposta criminal dada aos traficantes de pessoas da resposta administrativa dada aos migrantes”, congratulou-se.

E asseverou que “nunca houve uma política de portas escancaradas, porque sempre houve controlos de segurança nas fronteiras e requisitos apertados para as autorizações de residência”.

A socialista comentou que “a queda antecipada do Governo prejudicou a alocação dos meios necessários à regularização dos migrantes” e assegurou aos mais críticos que “o modelo estava certo”.

No final da sua intervenção, Cláudia Santos frisou que o Partido Socialista deseja uma sociedade “inclusiva, plural, culturalmente rica e com desenvolvimento económico”.

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