PS recusa em absoluto corte de 600 milhões no sistema de pensões
O PS recusa em absoluto, “alinhar” ou ser “parceiro” da maioria PSD/CDS no objetivo de “poupança” de 600 milhões de euros no sistema de Segurança Social, cortando designadamente pensões já em pagamento.
Esta posição foi transmitida pelo vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva, durante a qual acusou o Governo e a maioria PSD/CDS de se estar a tentar “esconder atrás do PS” para procurar um introduzir um novo corte no sistema de pensões.
“Não alinharemos nem seremos parceiros nessa poupança de 600 milhões de euros. Também não seremos parceiros nessa nova versão de guerra entre gerações que está a ser estimulada pelo Governo, visando colocar jovens trabalhadores contra pensionistas”, declarou o vice-presidente da bancada parlamentar socialista.
O PS advertiu ainda que o sistema de pensões só é sustentável a prazo se Portugal recuperar e estabilizar empregos e salários, colocando, porém, condições imperativas para uma descida da taxa social única (TSU) dos empregadores.
Na perspetiva de Vieira da Silva, a História dos últimos anos mostrou que contribuições apenas dependentes do fator salário “não são infelizmente contribuições assim tão seguras e definitivas como se poderia pensar, porque os salários sofreram uma forte quebra”.
“Temos de encontrar alternativas complementares às contribuições patronais do lado dos salários, através de um sistema que também leve em linha de conta os lucros das empresas [IRC social]. Sem pôr em causa o valor global da contribuição patronal, a nossa proposta é que essa contribuição seja melhor distribuída. Sendo melhor distribuída, é também mais sustentável e mais segura”, defendeu.
Quanto à medida que prevê uma baixa da TSU para os trabalhadores, Vieira da Silva insistiu que o PS entende que “há uma prioridade nacional no sentido de contrariar a tendência para a desvalorização do contributo do emprego para o futuro”.
“Enquanto jovens portugueses continuarem a ser qualificados com os nossos recursos e continuarem a ir para o estrangeiro alimentar outras economias, há um problema por resolver”, alegou o vice-presidente da bancada socialista.
Já quanto à parte do programa eleitoral do PS para os empregadores, Vieira da Silva frisou que a projetada redução da TSU “só avançará à medida que a diversificação de contribuições para o sistema de Segurança Social for suficiente, sendo capaz de compensar a redução”.
“A nossa lógica não é primeiro vamos baixar e depois logo se vê. Pelo contrário, faremos um acompanhamento paralelo. A condição para a baixar [a TSU dos empregadores] é a existência de fontes alternativas, seguras e garantidas, acrescentou.