PS reconhece esforço do Governo no apoio a micro, pequenas e médias empresas e famílias carenciadas
José Luís Carneiro afirmou ontem, no final da reunião com o primeiro-ministro, que é possível percecionar no programa de estabilização económica e social uma vontade de apoiar instituições que operam nos setores mais frágeis da sociedade, nomeadamente as micro e pequenas e médias empresas e as famílias mais carenciadas.
“Foi possível percecionar neste programa uma vontade de apoio à consolidação e agilização de instituições em vários domínios da sua cooperação com o Estado, tendo vista apoiar famílias mais carenciadas, assim como a vontade de apoiar as micro e pequenas e médias empresas”, adiantou o Secretário-geral adjunto do PS, no final da reunião, onde esteve acompanhado pela presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, e pela presidente da JS, Maria Begonha.
José Luís Carneiro acrescentou ainda que constará do plano um investimento na digitalização e modernização da escola pública, tendo em vista uma maior igualdade nas condições de aprendizagem, tendo também como objetivo atenuar os efeitos de quem tem uma carreira contributiva mais frágil ou trabalho de natureza informal ou intermitente.
O dirigente referiu ainda que o Governo tenciona aumentar o investimento público em setores como a habitação, infraestruturas escolares ou no Serviço Nacional de Saúde.
José Luís Carneiro manifestou-se ainda confiante na solidariedade da União Europeia para financiar os programas nacionais de investimento e de apoios sociais para resposta à crise provocada pela pandemia de Covid-19, elogiando a “abertura” do Governo às propostas apresentadas por diferentes partidos e por parceiros sociais para a resposta à crise.
Questionado sobre a fatura que Portugal terá de pagar em termos de défice no final deste ano, o dirigente socialista defendeu que, perante as crises de saúde pública e económica e social, “é absolutamente indispensável que, a par dos instrumentos orçamentais nacionais, Portugal possa contar com a solidariedade da União Europeia”.
“A União Europeia já se pronunciou em dois momentos, o primeiro dos quais no âmbito do Eurogrupo, dando conta de que estariam disponíveis cerca de 540 mil milhões de euros com proveniência do Banco Europeu de Investimento, da própria Comissão Europeia e do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Depois, há dias, tivemos uma boa notícia de que, quer a França e a Alemanha, quer um conjunto de outros Estados-membros, defendem uma proposta para a qual Portugal também contribuiu”, respondeu.
José Luís Carneiro assinalou que essa proposta prevê cerca de 500 mil milhões de euros para “investimento nas condições de recuperação económica e social”.
“Em face da conjugação de todos estes instrumentos de natureza financeira, é possível encarar estas dificuldades pelas quais o país vai passar nos próximos meses com a expectativa e com a esperança lúcida de que se conseguirá ultrapassá-las”, sustentou.
“Saímos desta reunião com a convicção de que, por um lado, há uma abertura do Governo para as propostas que os partidos têm vindo a fazer – um sinal de inequívoca vontade de cooperação com as forças políticas e sociais – e, por outro lado, existe uma leitura muito realista sobre os esforços que vamos ter de fazer e sobre o modo como teremos de ultrapassar as dificuldades”, disse.