“Está aqui mais um exemplo de uma matéria em que o Governo prometeu mundos e fundos e, ao fim de um ano e meio, o que se verifica é que falhou em toda a linha, nomeadamente na resposta à emergência hospitalar”, denunciou José Luís Carneiro, ontem, em Braga, numa ocasião que aproveitou para evidenciar que a situação da saúde pública em Portugal está hoje “pior” do que quando o executivo de Luís Montenegro assumiu funções.
O líder socialista lembrou que o SNS – obra maior da democracia portuguesa e conquista histórica do Partido Socialista através de António Arnaut –, continua a ser um dos maiores símbolos de igualdade no país, alertando, porém, que este pilar democrático está “abalado pela incapacidade governativa”.
“Só é possível solucionar de forma estrutural, de forma duradoura, as necessidades do Serviço Nacional de Saúde com um conjunto vasto de medidas”, defendeu, destacando entre elas a valorização dos cuidados de saúde primários, dos cuidados domiciliários e comunitários, bem como a criação de consultas de especialidade nos centros de saúde, para “evitar a sobrecarga hospitalar e devolver confiança aos utentes”.
O Secretário-Geral do PS sustentou também ser essencial dar seguimento ao modelo dos centros de responsabilidade integrada, de modo a garantir uma gestão mais eficiente e articulada dos recursos, e reforçar o investimento no SNS, não apenas em equipamentos e inovação, mas sobretudo “na valorização dos seus profissionais, médicos e enfermeiros, que são dos melhores do mundo e que o país tem de saber segurar”.
O Partido Socialista recorda que o SNS, criado em 1979, continua a ser uma marca civilizacional e uma das maiores conquistas do Portugal democrático.
Graças a este sistema público de saúde, o país ganhou 12 anos de esperança média de vida desde a sua fundação e registou uma redução superior a 90% da mortalidade infantil, transformando Portugal numa das nações mais avançadas da Europa neste domínio.
“São mais de 150 mil profissionais que fazem o SNS todos os dias e que dão dignidade e igualdade aos portugueses. É a esses profissionais e a este legado histórico que devemos lealdade e compromisso”, enfatizou José Luís Carneiro, deixando claro que “o PS continuará a lutar, hoje e sempre, pelo Serviço Nacional de Saúde”, contra todos os que o querem enfraquecer ou “substituir por alternativas privadas que excluem e dividem”.