PS questiona coerência e responsabilidades da direita
O presidente do PS, Carlos César, criticou ontem os partidos da direita por se mostrarem muito reticentes quanto à melhor solução para o Novo Banco, lembrando que o processo tem sido monitorizado por um gestor do anterior Executivo PSD/CDS.
“Pela parte do PS, o que gostaríamos é que esta direita, que agora parece muito reticente neste caso, não tivesse permitido que o Banco Espírito Santo chegasse onde chegou e que o país esteja agora confrontado com uma situação difícil”, avisou o presidente do partido, que questionou se o PSD teve “uma conversão tardia ao comunismo e agora advoga a nacionalização ou a manutenção na esfera pública do Novo Banco”.
Estas declarações foram proferidas à margem da apresentação do livro “Memórias anotadas” de José Medeiros Ferreira pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio, no Palácio das Necessidades.
O líder parlamentar socialista defendeu que cada partido deve ter uma posição que, “em bom rigor e com seriedade, deve tomar”. “Não podemos pedir ao PSD que não seja PSD, ou ao CDS-PP que não seja CDS-PP. Mas devemos pedir, como a outros partidos, que sejam o mais portugueses possíveis”, alertou.
Carlos César explicou que ainda não foi revelada a solução concreta de venda do Novo Banco e que se trata “da venda da percentagem que o comprador deseja adquirir”. O presidente do PS apontou que as circunstâncias atuais da venda do banco são agora mais difíceis, depois de “o processo se ter arrastado por tempo demais e de ter escapado aos reguladores quando isso não deveria ter acontecido”, lembrando que “este processo tem sido conduzido e monitorizado essencialmente pelo Banco de Portugal, por um gestor nomeado pelo Governo anterior”.
“O PS sempre tem dito que a solução ideal é a da venda do Novo Banco. Apenas no caso da impossibilidade de esse processo se poder desenvolver com o mínimo decência para o Estado é que o PS entendia que, nesse cenário, a instituição bancária deveria conservar-se na esfera pública”, justificou.
Carlos César sublinhou que o país está confrontado com um termo negocial “que é o melhor possível”, lembrando que “o Parlamento tem o direito e o dever de discutir tudo o que é importante no país”, que é o caso da “alienação de um banco que está na esfera pública”.
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