Perante uma eventual intenção do Chega em requerer uma comissão de inquérito sobre a empresa da família de Luís Montenegro, o Secretário-Geral do PS indicou não ser este instrumento “o mais adequado”.
“O primeiro-ministro terá muitas oportunidades de acabar com o tema de uma vez por todas, esclarecendo quem são os clientes, que serviços foram prestados e qual o preço cobrado, para que não reste nenhum tipo de dúvida ou suspeição sobre as razões das avenças da empresa”, afirmou o líder socialista.
Considerando “muito importante” que Luís Montenegro acabe de esclarecer, “de forma cabal, todas as questões que têm sido colocadas” sobre a empresa de que foi sócio até junho de 2022 e que agora pertence à sua mulher e aos filhos, Pedro Nuno Santos avisou que o assunto só ficará encerrado quando o primeiro-ministro lhe der “o mesmo tratamento que deu às dívidas fiscais sobre a sua casa”.
A propósito, criticou igualmente a atitude daqueles que, no passado recente, acusaram o governo do PS “de casos e casinhos”, eludindo agora que o atual executivo da AD é “de casas e casinhas”.
Aos jornalistas o Secretário-Geral do PS disse que “o problema da empresa do primeiro-ministro não tem nada a ver com a lei dos solos”, admitindo, todavia, desconhecer para que existem as empresas dos outros membros do executivo, entretanto noticiadas.
“Fico sempre muito curioso para perceber qual a verdadeira atividade destas empresas, porque foram criadas e o que fazem”, referiu, vincando a peculiaridade de tantos membros do governo terem uma empresas no setor imobiliário.
“Temos tanta falta de casas em Portugal e cinco membros do governo têm empresas familiares de âmbito imobiliário. Os portugueses até ficam com a ideia de que é uma coisa muito comum”, acrescentou, aproveitando para estranhar o facto de os governantes visados terem, neste assunto, “posturas diferentes”.