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PS quer saber toda a verdade sobre o BES

AntónioJoséSeguro

O secretário-geral do PS exigiu hoje esclarecimentos sobre a solução encontrada para o Banco Espírito Santo (BES) e o apuramento de responsabilidades, reiterando que não podem ser os contribuintes a pagar os erros dos privados.

António José Seguro começou por lançar algumas questões: “Como é que foi possível chegar a esta situação? A responsabilidade é de quem? O que é que falhou na regulação e o que é que falhou na supervisão? Falhou o sistema de governação, que é esse que precisa de ser posto em causa, foram as pessoas que falharam, os responsáveis pelas instituições encarregues de fazer essa supervisão e essa regulação?”.

O líder socialista defendeu que “tem que haver, em primeiro lugar, uma explicação do que se passou” e, se houve irregularidades, “tem que haver responsáveis”.

“Já passou demasiado tempo para que tudo fique na mesma, isto não pode passar por um passa culpas, ou por um encolher de ombros, ou por comunicados sobre comunicados”, alertou.

António José Seguro defende que a solução encontrada precisa de esclarecimentos e lembra o Partido Socialista solicitou a convocação de uma comissão permanente na Assembleia da República, que vai realizar-se amanhã, para ouvir a ministra das Finanças.

O Secretário-geral do PS mostrou-se ainda surpreendido com a taxa de juro que o Fundo de Resolução vai pagar ao Estado para capitalizar o Novo Banco, que “parece baixa tendo em atenção aquilo que é a taxa média do empréstimo que nós pagamos à troika e aquilo que tem sido pago durante estes três anos”.

“Porque é que os membros deste conselho de administração do Novo Banco são quase todos aqueles que transitaram por cooptação da anterior administração do BES, ou seja, o Banco de Portugal aceitou como bons os nomes indicados pelos anteriores accionistas”, questionou.

António José Seguro voltou a sublinhar que não podem ser os contribuintes a pagar os erros cometidos pelos privados e, por isso, “é preciso seguir o dinheiro dos contribuintes”.

Por fim, afirmou que “há outra coisa que os portugueses vão aceitar, é que haja prescrições”, tal como aconteceu “numa situação relacionada com um ex-banqueiro do BCP”.