O Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos, olhando ontem à noite para a votação obtida pelo partido da extrema-direita nestas eleições para a Assembleia da República, foi claro a concluir não acreditar que haja em Portugal “18% de eleitores racistas e xenófobos”, e que o fenómeno provável que explica a subida “muito expressiva” da votação de mais de um milhão de votos no Chega, poderá estar no facto de muitos portugueses se sentirem “descontentes”, certamente “por não termos sido capazes de lhes dar as respostas que exigiam”.
Deixou, por isso, a garantia que umas das tarefas prioritárias do partido, “daqui para a frente”, é a de “recuperar e de reconquistar a confiança destes eleitores”, mostrando-lhes, como assinalou, que as soluções para os problemas concretos das suas vidas “não passam pela AD ou pelo Chega, mas pelo PS”.
“Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os cidadãos descontentes com o PS”, garantiu Pedro Nuno Santos, antes de anunciar que este é um caminho que “começa hoje” e de lembrar a célebre invocação de Mário Soares, de que “só é vencido quem desiste de lutar”, assegurando que o PS “nunca desistirá de lutar” pelo país e pelos portugueses.
Lembrando os “tempos duros” que aí vêm, Pedro Nuno Santos apelou a todos os socialistas para se preparem para “dias difíceis” e para a necessidade de conseguirem uma reaproximação do partido a todos aqueles que nestas eleições se mostraram descontentes, “quer com o sistema político, quer com o PS”. Insistindo na ideia de que “há muito trabalho pela frente”, sempre com a convicção, como salientou, “de que o PS voltará a ter uma maioria que nos permita voltar a governar”.