PS quer que violência no namoro passe a ser desagregada no RASI
O Partido Socialista apresentou hoje um projeto de resolução onde defende que os dados estatísticos sobre violência no namoro devem constar no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), “porque o que não se conta é como se não existisse e o que não existe não se pode combater”.
Durante o debate na Assembleia da República sobre gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica, a deputada do PS Elza Pais alertou que “a violência doméstica é uma grave violação dos Direitos Humanos”, representando “um desequilíbrio de poder entre as mulheres e os homens”.
A deputada socialista revelou que “um em cada quatro jovens portugueses considera a violência no namoro uma forma de amor e 23% dos rapazes consideram as raparigas inferiores”. Ora, acrescentou, “isto é intolerável e demonstra a urgência” da prevenção e do combate à violência no namoro.
Elza Pais relembrou que o atual Governo tem em curso “uma estratégia integrada e territorializada de prevenção, combate e proteção das vítimas com forte envolvimento das autarquias e das Organizações Não Governamentais”. Foi, também, aberto um centro de crise para vítimas de violência sexual, foi criado um serviço de apoio a vítimas LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgéneros e Intersexuais) e, esta semana, foi lançada uma App contra a violência doméstica, com aplicação para smartphones, que torna mais acessível a informação para denúncias.
A deputada do PS defendeu que o combate à violência doméstica “tem sido feito sem tréguas, desde o ano 2000, de forma transversal por todas as governações”. Saúda, por isso, “o empenho de todas as forças políticas nesta luta”, bem como o atual Executivo “pelo reforço das ações de sensibilização”.
Porque a “violência doméstica está enraizada em valores civilizacionais e culturais muito difíceis de alterar”, é necessária “uma forte estratégia de prevenção para que se evite a reprodução da violência pelas novas gerações”, avisou.
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