PS quer que se apure “o mais rápido possível” responsáveis pela má gestão na CGD
O vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia salientou hoje, no Parlamento, durante o debate de atualidade sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que a posição do Partido Socialista é “clara” e está “bem vincada”: “Que se apure o mais rápido possível as responsabilidades e os responsáveis pela má gestão e pela gestão danosa na Caixa Geral de Depósitos”.
“Esta nossa posição, que reclama responsáveis e responsabilidades, não é só perante o Banco de Portugal, não é só perante o trabalho do Ministério Público que representa o povo português, como também perante a atual administração da Caixa Geral de Depósitos, que deve apurar a responsabilidade civil e criminal dos administradores e dos gestores que participaram nessa má gestão ou na eventual gestão danosa”, alertou.
Dirigindo-se às restantes bancadas, João Paulo Correia não deixou de sublinhar que “se este debate se realiza hoje é porque foi determinada uma auditoria externa e independente à Caixa Geral de Depósitos”, determinada pelo Governo do Partido Socialista.
E isto aconteceu “antes de o Parlamento aprovar a realização de uma auditoria à Caixa Geral de Depósitos, auditoria essa que não teve o voto favorável do PSD”, atacou.
O deputado acusou PSD e CDS de apenas quererem saber o que se passa na CGD. “Mas, para além de saber o que se passa na CGD, é necessário saber o que se passou nos outros bancos, porque quando ninguém emprestava dinheiro à banca privada, como o BCP e o BPI, foi o Estado que emprestou dinheiro”, frisou.
“CDS e PSD não querem saber o que se passou também nesses bancos, que foram salvos pelo dinheiro emprestado pelo Estado português”, avisou.
João Paulo Correia lembrou depois que a CGD começou a dar prejuízo no ano de 2011. Ora, “as imparidades registadas na Caixa Geral de Depósitos no final de 2013 ascendiam a 4500 milhões de euros, mas no final de 2015 as imparidades dispararam para 5200 milhões de euros. Onde é que andou o anterior Governo PSD/CDS?”, questionou o parlamentar, que acusou estes partidos de apenas quererem privatizar o banco público.
Durante o debate, o vice-presidente da bancada socialista deixou também um alerta: “O PS não recebe nem tem razões para receber lições de moral do Bloco de Esquerda ou de qualquer outro partido”.