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PS quer protagonizar “mudança histórica”

PS quer protagonizar “mudança histórica”

O candidato do Partido Socialista à presidência do Governo Regional, Paulo Cafôfo, defendeu, no Funchal, que o atual modelo governativo do PSD na região já está “esgotado”, tendo chegado o tempo do PS “protagonizar uma mudança histórica” na Madeira.
PS quer protagonizar “mudança histórica"

“Estamos a comemorar os 600 anos [dos Descobrimentos das ilhas da Madeira e Porto Santo] e queremos protagonizar uma mudança histórica”, afirmou Paulo Cafôfo, na II convenção dos Estados Gerais do PS-Madeira, que teve lugar no sábado, em preparação do programa de Governo que os socialistas madeirenses vão apresentar às eleições regionais de setembro.

O autarca do Funchal sustentou que o atual modelo governativo protagonizado pelo há quase 40 anos está “esgotado”, defendendo ser necessário “uma nova forma de governação” na Madeira, “que não esteja ao serviço de clientelas”, sendo “tempo de mudar e virar a página” na região.

Num encontro que teve a ‘Economia Azul’ como tema central, o candidato socialista sustentou que a autonomia pode ser reforçada com o desenvolvimento económico apostado na diversificação, tendo como base “o mar, o recurso natural mais abundante” da região.

“Não podemos olhar só para o turismo e para o Centro Internacional de Negócios da Madeira. Temos de olhar para o mar e temos de aproveitar e potenciar para o futuro, como fonte de riqueza”, defendeu, acrescentando ser necessária “uma estratégia concertada que consiga alavancar um verdadeiro ‘cluster’ para a indústria marítima”, uma área que poderá ser geradora de riqueza e de emprego.

Ligação ferry ao continente

Dirigindo-se à ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que participou no encontro, Paulo Cafôfo insistiu na importância de a Madeira ter uma ligação marítima por ferry ao continente que seja “permanente” e não apenas durante os meses de verão.

O repto foi assumido pela governante, tendo Ana Paula Vitorino revelado, na sua intervenção, que está a trabalhar com o Ministério das Finanças na elaboração de uma portaria sobre a continuidade territorial da ligação existente, de modo a que a mesma seja garantida “de forma sustentável”.

“Está a ser feito um estudo de rotas, onde é que tem de haver ligações, onde é que deve haver ligações”, referiu, adiantando também que já deu instruções à administração do Porto de Lisboa para estudar uma localização onde possa ser construída uma rampa que possibilite a atracação deste tipo de embarcação.

Ana Paula Vitorino não deixou também de lembrar o facto de esta semana ter sido aprovada, em Conselho de Ministros, a proposta de lei para o uso de armas a bordo dos navios com bandeira nacional, o que vem beneficiar o registo internacional de navios da Madeira.

Realçando que 97% do território nacional é marítimo, a ministra sublinhou que é um desígnio do país “o aproveitamento sustentável do mar”.

“Somos um país marítimo e temos de nos afirmar como tal. Temos mais responsabilidades, mas também mais possibilidades”, vincou, defendendo que “Portugal tem que falar a uma só voz nestas matérias, a nível da União Europeia e da Organização das Nações Unidas”.

Diversificar fontes de criação de riqueza

Também convidado neste encontro dos Estados Gerais dos socialistas madeirenses, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, defendeu a importância da diversificação do setor económico regional.

“O território tem vocações próprias. É necessário diversificar as fontes de criação de riqueza nesta Região Autónoma da Madeira”, disse o governante, no debate sobre ‘Coesão e Desenvolvimento Territorial’, defendendo a redução de dependências para com o exterior, um caminho que a Madeira pode trilhar com sucesso.

Matos Fernandes não deixou de fazer ainda uma referência à questão dos emigrantes que estão de regresso. “Não nos assustemos nunca, num país que está em perda demográfica, com aqueles que nos podem vir bater à porta. Que isso nunca seja para nós razão de qualquer receio”, advogou.

Está na altura de concretizar a mudança

Por seu turno, o presidente do PS-Madeira, Emanuel Câmara, disse acreditar que a alternância política irá acontecer, com o partido a vencer as eleições regionais, com Paulo Cafôfo como presidente do Governo Regional.

Salientando que os madeirenses e os porto-santenses estão atentos àquilo que o PS representa enquanto alternativa, mostrou-se confiante que a 22 de setembro o PS irá derrotar um governo que “está caduco” e “cansado”.

“Está na altura de concretizar a alternância do poder”, frisou Emanuel Câmara, assinalando que o projeto de mudança na região começou a ser delineado há dois anos, com “trabalho autárquico realizado”, apresentando-se como “uma alternativa que é credível”.