PS quer audição do governador do Banco de Portugal
“É do máximo interesse público esclarecer com maior profundidade a informação e afirmações que têm sido reveladas nas últimas semanas”, em audições na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, argumentam os deputados João Paulo Correia e Fernando Rocha Andrade.
No requerimento, que deu já entrada na Assembleia da República, o PS sublinha que os responsáveis pela resolução do BES foram o atual governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e “os principais responsáveis do anterior governo PSD/CDS-PP”.
De acordo com os deputados socialistas, as audições realizadas nas últimas semanas no Parlamento sobre o pedido do Novo Banco ao Fundo de Resolução para uma injeção de cerca de 1.100 milhões de euros, “permitiram confirmar que persiste um `banco mau´ dentro do Novo Banco por força de uma resolução do reconhecidamente insuficiente e marcada por opções muito discutíveis e outras ainda por esclarecer”.
“Os ativos tóxicos transferidos do BES para o Novo Banco têm sido responsáveis por quase 6.000 milhões de euros de imparidades”, salienta o PS, realçando que “afinal o Novo Banco não foi o tal `banco bom´ prometido pelo anterior governo PSD/CDS”.
Os deputados socialistas destacam ainda as afirmações do presidente do Fundo de Resolução, Máximo dos Santos, na comissão parlamentar, segundo as quais “a resolução do BES está a ser feita a prestações” porque “não havia condições para fazê-la de uma só vez”.
“Já o presidente do Novo Banco [António Ramalho] afirmou que a resolução do BES `Não foi preparada totalmente´ e que `a injeção inicial foi insuficiente´”, acrescentam.
Este conjunto de razões e afirmações, segundo o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, determina o superior interesse público na obtenção de esclarecimentos cabais sobre a matéria.