PS quer ajuda dos portugueses para construir uma alternativa
António José Seguro, secretário-geral do Partido Socialista, afirmou que “no debate sobre o futuro de Portugal” pelos socialistas “não há reserva do direito de admissão, há disponibilidade, abertura e entusiasmo”.
“Enquanto há um primeiro-ministro que seleciona umas dezenas de pessoas e as fecha numa sala e diz que ali esteve a debater o país, nós queremos o contributo de todos os portugueses sobre o futuro de Portugal”, afirmou o líder socialista, relembrando que “esta é outra diferença” que há entre o PS e o primeiro-ministro.
O secretário-geral do Partido Socialista no encerramento da primeira sessão conjunta dos grupos de trabalho do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP), que decorreu hoje em Coimbra, apelou para a “participação de todos os portugueses” naquele debate, pedindo “em particular, aos jovens para que se juntem” ao seu partido, com as suas “ideias, acompanhadas da criatividade e da generosidade” que os caracteriza.
“Portugal precisa de vós cá, em Portugal, e não emigrados”, sublinhou Seguro, reconhecendo “a revolta que sentem” por Portugal lhes “fechar as portas” e pelo facto de o primeiro-ministro lhes “retirar a esperança”, mas apelando aos jovens para que não saiam do país, que precisa da sua “competência e inteligência”.
“A solução não é emigrar, é lutar, lado a lado, para dar a volta à crise, pela via do crescimento económico e do desenvolvimento”
O PS não quer regressar ao governo “por demérito do atual governo, o PS será governo por mérito próprio e por confiança dos portugueses” nas propostas que o partido lhes apresenta, salientou António José Seguro.
“O dever do PS é oferecer uma alternativa de governo” e é isso que continuará a fazer, “nos próximos meses”, sem ficar “à espera que o governo caia de podre”.
O líder socialista sublinhou que o país, “precisa de conhecer as propostas alternativas do PS” porque Portugal está, desde setembro, “mergulhado numa ameaça de crise política permanente, por culpa do governo”, que “dispõe de maioria absoluta no parlamento”.
Os partidos da coligação (PSD e CDS-PP) “não se entendem” e, “de um momento para o outro o país pode ser confrontado com o fim da coligação e com uma crise politica exposta”, sustentou António José Seguro.
É, por isso, “dever” e “responsabilidade” do PS “estar preparado para ser solução para esse problema, caso ele venha a existir”, sustentou, adiantado que o LIPP faz parte dessa preparação.
António José Seguro afirmou que os socialistas querem que os portugueses voltem a “acreditar na política” e “nos políticos”, não com palavras, mas com atos.
“É por isso”, sublinhou, que a alternativa proposta pelo PS “não é só uma questão de políticas, não é só uma questão de medidas, é também uma questão de atitude, é também uma questão de postura e é, essencialmente, uma questão de cultura democrática e de ética no exercício do poder”.
Essa cultura e essa ética exigem “cumprir o que se promete e ter a humildade de dizer sempre a verdade e de nunca prometer aquilo que sabemos, de antemão, que não podemos cumprir”, defendeu o líder socialista.