“O Governo, mais uma vez, não foi capaz de encontrar um plano articulado e estruturado para responder à emergência hospitalar, nomeadamente na pediatria, na obstetrícia e na ortopedia. São falhas consecutivas, que mostram falta de segurança e de previsibilidade na resposta à emergência hospitalar. O Governo prometeu e falhou”, começou por referir o líder socialista, em conferência de imprensa, na sede nacional do PS, em Lisboa.
“E agora, numa fase tão crítica como a que estamos a viver, a do verão e a preparação, muito em breve, do inverno, perante as perguntas que fiz ao sr. primeiro-ministro, voltei a verificar que não havia respostas”, acrescentou.
Vincando que o PS, “como sempre disse”, seria um partido crítico em relação às “falhas graves” do Governo, mas também um partido pronto para se apresentar como alternativa e ao serviço dos portugueses, José Luís Carneiro referiu que, ao longo dos últimos dias dialogou com um conjunto de pessoas na área da Proteção Civil, da emergência médica e com experiência feita no socorro, tendo sido detetada “uma crise profunda” de desresponsabilização e de coordenação dos meios, de que resultaram, como é do conhecimento público, várias situações “inaceitáveis” de falta de uma resposta condigna por parte do Estado.
“Por isso decidimos preparar uma proposta de criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares”, anunciou o Secretário-Geral do PS, explicando tratar-se de uma unidade de “caráter permanente”, constituída por representantes dos ministérios da Saúde, da Administração Interna e da Defesa Nacional, assim como da estrutura executiva do SNS e da Liga dos Bombeiros Portugueses, ficando a funcionar no centro de coordenação de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Esta nova estrutura, avançou ainda José Luís Carneiro, segue um modelo já desenvolvido em países europeus como o Reino Unido, a Espanha e a França, sendo também similar ao que funciona nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, garantindo uma resposta estruturada durante os 365 dias do ano e vocacionando-se, em particular, para dar uma resposta durante os momentos mais críticos.
A proposta de criação desta unidade de coordenação para emergências hospitalares será, ainda de acordo com o Secretário-Geral do PS, enviada ao primeiro-ministro, comprometendo-se também o Grupo Parlamentar do Partido Socialista com a sua apresentação, sob a forma de resolução, na Assembleia da República.