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PS: “O Governo falhou e os portugueses é que pagam”

PS: “O Governo falhou e os portugueses é que pagam”

O PS disse hoje, em conferência de imprensa, que o Governo falhou e que António José Seguro “tinha razão quando propôs a devolução de um subsídio aos pensionistas e funcionários públicos”.

O secretário nacional do PS Eurico Brilhante Dias começou a conferência de imprensa por sublinhar que “o Governo falhou e os portugueses é que pagam”.

Após o ministro das Finanças ter anunciado um défice orçamental de 5%, ao qual “juntou receitas extraordinárias” e ainda “medidas por anunciar”, Eurico Brilhante Dias assegurou que “o défice orçamental real estará muito perto dos 6% do PIB”.

Vítor Gaspar “anunciou medidas extraordinárias como a licença das 4G, a redução de cativações e ainda uma redução nos juros em 2012, tudo parcelas da famosa margem que o Partido Socialista tinha identificado aquando da discussão do Orçamento de Estado de 2012 e que agora se revela existirem”, afirmou.

Acrescentou, ainda, que o secretário-geral do PS “tinha razão quando propôs a devolução de um subsídio aos pensionistas e funcionários públicos”. “Hoje os portugueses sabem que o líder do PS tinha razão”, afiançou.

O ministro das Finanças disse que é possível ter mais tempo sem mais dinheiro, posição sempre defendida pelos socialistas desde novembro de 2011. “Em maio, o senhor primeiro-ministro dirigiu-se ao secretário-geral do Partido Socialista num debate quinzenal e referiu que isso era impossível. O tempo acabou por desmentir o senhor primeiro-ministro”, atacou.

Eurico Brilhante Dias destacou que o PS “sempre defendeu mais tempo para aliviar os sacrifícios dos portugueses”. “Infelizmente temos mais tempo para tapar o falhanço colossal do Governo, mas não vamos ter mais tempo para aliviar os portugueses da austeridade que padecem”, lamentou.

O secretário nacional referiu um “pormenor importante” depois de se saber que o país terá mais tempo para ter o défice orçamental em 2,5% em 2014: “Não se percebe porque é que não temos mais tempo para ter 3% em 2014 como a Espanha e a Irlanda. Não conseguimos perceber a distinção entre Portugal, a Espanha e a Irlanda”.

O dirigente socialista traçou o cenário em que Portugal está mergulhado: mais austeridade, mais cortes aos pensionistas, o que “parecia impossível”, mais cortes na Saúde, na Educação e nas prestações sociais. “E acresce a isto tudo a medida já anunciada sexta-feira pelo senhor primeiro-ministro, uma medida injusta socialmente, que transfere rendimentos do trabalho para o capital”, declarou.

“Os portugueses terão, em 2013, segundo as previsões do próprio Governo, uma economia a decrescer 1%. A pergunta que fica aqui é saber se, de facto, 2013 é mesmo esse ano de recuperação”, questionou.

Eurico Brilhante Dias considerou que 2013 se revela “apenas o aprofundar da crise e dos sacrifícios, sem que os portugueses possam aproveitar uma iniciativa que o PS representou como elemento central para aliviar os sacrifícios”. “Os portugueses não vão poder usufruir porque o Governo falhou”, acrescentou.

O secretário nacional citou, ainda, as palavras de António José Seguro no passado domingo, “que foi muito claro”, em que afirmou que “este não é o nosso caminho. O PS não pode pactuar com um caminho que discorda e que tem combatido”.

“Os portugueses perceberam muito bem a intenção do PS”, garantiu.