Entre as iniciativas, que decorrem um pouco por todo o país, destaque para a recriação histórica do golpe militar, que poderá ser acompanhada nas ruas de Lisboa. Iniciando-se na véspera, na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, a “Operação fim de regime” leva uma réplica da coluna comandada pelo capitão Salgueiro Maia até ao Terreiro do Paço, recriando depois, ao longo do dia, a marcha sobre o Quartel do Carmo e o cerco ao local, de onde sairá uma coluna militar para o quartel da Pontinha, encenando o transporte do presidente do Conselho deposto até ao posto de comando do Movimento das Forças Armadas (MFA).
Nas ruas, o tradicional desfile popular na Avenida Liberdade, em Lisboa, terá lugar pelas 15h00. O ponto de encontro da comitiva do Partido Socialista, que conta com a participação do Secretário-Geral, Pedro Nuno Santos, será às 14h30, no Marquês de Pombal. Organizado pela Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril, na qual o PS está presente, o desfile termina na Praça D. Pedro IV (Rossio), onde terão lugar intervenções e momentos culturais.
Abril está na rua.
“Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo” – Sophia de Mello Breyner Andresen
Deputada eleita à Assembleia Constituinte, em 1975, pelo Partido Socialista, a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen deu-nos o dia inicial, inteiro e limpo. As últimas palavras do poema que dedicou também aos militantes socialistas – “connosco a poesia está na rua” – foram inspiradoras dos cartazes alusivos ao 25 de Abril desenhados por Maria Helena Vieira da Silva.