PS não será cúmplice das novas medidas de austeridade
O PS vincou hoje que “não será cúmplice” das novas medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro e sublinhou que o Governo ainda tem tempo de “arrepiar caminho” até à entrega do Orçamento do Estado.
“Que fique bem claro para o primeiro-ministro, que fique bem claro para o Governo: não seremos cúmplices desta austeridade, não cederemos a pressões vindas de onde vierem. E as propostas alternativas estão na mesa há muito tempo”, disse o vice-presidente da bancada do PS José Junqueiro.
Segundo o deputado, “o Governo já entendeu muito bem o que isto significa”: “Significa que tem de arrepiar caminho, porque ninguém compreende nem ninguém compreenderia que pudéssemos estar a disfarçar aquilo que é o falhanço rotundo da política do Governo”.
“O Governo tem a oportunidade de arrepiar caminho até à entrega do Orçamento do Estado. Nessa altura veremos se o Governo arrepiou caminho ou não. Insiste nestas medidas e nós insistimos no que já dissemos”, reafirmou.
“Tem de haver um recuo nessas medidas. Isso é claro. Não seremos cúmplices de mais austeridade sobre mais austeridade. Não queremos mais confiscos de vencimentos aos portugueses nem mais medidas discriminatórias”, reiterou.
Junqueiro sublinhou, ainda, que “o Governo tem de ouvir o que foi dito pelo secretário-geral do Partido Socialista: o PS não será cúmplice destas medidas de austeridade, o PS não cederá a pressões vindas de onde vierem”, disse, considerando que o PS e António José Seguro têm sido alvo de um “ataque” por parte do Governo e do PSD nos últimos dias, fruto destas “posições muito claras” socialistas.
“Eu penso que o Governo está perdido, não sabe ouvir, está possuído de uma enorme arrogância e não consegue ouvir os portugueses”, afirmou.
“Distribuíram uma cartilha agora a todos os membros do Governo para que cada um não dissesse a sua coisa e pensassem todos da mesma maneira. Mas basta ter ouvido o ministro Aguiar-Branco ou hoje também o ministro Miguel Relvas para perceber que ou estão distraídos ou o ministro Miguel Relvas continua a não estudar e a não perceber nada do que vem na cartilha”, acrescentou.