PS não desiste de um país menos desigual
A vice-presidente da bancada do PS intervinha numa mesa redonda sobre o tema “Compromisso para a definição de uma Estratégia nacional de Erradicação da Pobreza”, iniciativa da Rede Europeia Anti-Pobreza, que teve lugar na Assembleia da República.
Em nome do PS, Sónia Fertuzinhos afirmou que a iniciativa é oportuna no tema e no timing. “A discussão de uma estratégia nacional para a erradicação da pobreza é imprescindível para todos aqueles que não se resignam à estratégia de empobrecimento do país do atual Governo”, acrescentou.
Num balanço da situação, Sónia Fertuzinhos começou por lembrar que nos últimos anos se inverteu a “tendência longa de redução da pobreza e das desigualdades”, ao mesmo tempo que se registou o aumento da taxa da pobreza e da sua “severidade” e “distância dos pobres relativamente ao limiar da pobreza”, bem como o “aumento tão significativo quanto dramático da pobreza das crianças e dos jovens” e o aumento “alarmante dos trabalhadores em risco de pobreza”.
Reafirmando o apoio do PS à definição de uma Estratégia Nacional para a Erradicação da Pobreza, a deputada apontou quatro patamares em que esta deve assentar: na “transversalidade a todas as políticas que promovam o crescimento económico”, em “políticas sociais direcionadas para os grupos mais expostos ao risco de pobreza, em particular as crianças e jovens e os desempregados de longa duração”, uma focalização nas zonas críticas do território com forte envolvimento dos parceiros locais e a definição de “uma política de mínimos sociais eficaz, como um dos eixos fundamentais da estratégia”.
Sobre as políticas para o crescimento económico, Sónia Fertuzinhos defendeu que devem visar a criação de “emprego digno, justamente remunerador, com direitos”, sublinhando ainda a importância de “relacionar políticas sociais com as políticas de emprego e formação profissional”.
Para a deputada socialista, a estratégia de luta contra a pobreza “deve procurar um amplo e forte consenso político e social”, com a Assembleia da República como o “lugar privilegiado” para a sua produção, “em estreita colaboração com a sociedade e o poder local”.
“Para o PS é imperativo não desistirmos de um Portugal mais desenvolvido, de um Portugal que ambiciona aproximar-se dos países mais desenvolvidos e menos desiguais”, defendeu Sónia Fertuzinhos, considerando que “uma sociedade mais pobre é uma sociedade com menos capacidade para se desenvolver económica e socialmente”.