PS não aceitará modelo de baixos salários

O deputado socialista Basílio Horta advertiu que o PS rejeita o “modelo de sociedade” refletido pelo Orçamento Retificativo e não aceitará “um modelo económico de baixos salários”.

Numa intervenção em que traçou um cenário negro da economia portuguesa, o vice-presidente da bancada do PS apontou números do INE e da OCDE que mostram “os frutos da austeridade cega”.

“No Orçamento para 2013, o Governo previa uma variação negativa do PIB de 1%, agora é de 2,3% e segundo o INE chegará aos 3%, ou seja, um agravamento de 200% (…), queda do investimento de 30% em dois anos, perda de milhares de emprego e falência de empresas. Nas exportações uma taxa de crescimento de 0,8%, quatro vezes inferior a 2012 e que no primeiro semestre de 2011 crescia a 17,3%”, enumerou.

Basílio Horta ironizou, ainda, sobre a criação do IVA de caixa e o ‘supercrédito' fiscal às empresas, medidas recentes do Governo, quando se “abandonaram” projetos na energia eólica e elétrica, renegociaram contrapartidas militares “com grave prejuízo para as empresas nacionais”, ou se “mantêm os entraves” ao investimento da brasileira Embraer em Portugal.

“A recessão dos mercados [internacionais] tem fundamento, mas não justifica tudo no meio deste cenário de catástrofe”, referiu.

O socialista deixou um aviso veemente às bancadas da maioria: “O PS não permitirá que se instale em Portugal um modelo económico de baixos salários, de longos horários e de produção de bens e serviços de baixa qualidade. Este Orçamento e este Documento de Estratégia Orçamental são peças deste modelo de sociedade que o PS e todos os democratas rejeitam”.