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PS não aceita exceções salariais no IGCP e exige explicações de Passos Coelho

PS não aceita exceções salariais no IGCP e exige explicações de Passos Coelho

O PS exigiu hoje explicações do primeiro-ministro sobre as exceções salariais no Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), considerando que é “um ato escandaloso” que “despreza os sacrifícios” dos portugueses.

“Nós não aceitaremos que o Governo leve por diante, de forma absolutamente impune, uma atitude que despreza o sacrifício público e eleja como uma casta de privilegiados pessoas da sua exclusiva confiança para ganharem mais do que o primeiro-ministro”, afirmou o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, que anunciou o envio de uma pergunta ao Ministério das Finanças sobre este assunto.

Para o deputado, este é “um ato escandaloso num momento em que o país vive extraordinárias dificuldades”. “O que acontece é que este instituto é transformado numa empresa para que os gestores possam ganhar mais do que o primeiro-ministro, estamos a falar de ordenados superiores a 7 mil euros”, explicou.

José Junqueiro realçou que esta exceção no IGCP contraria o que “o Governo prometeu na Assembleia da República” e considerou que ela “cria uma distorção na administração pública”, deixando ainda críticas ao currículo do presidente do instituto, João Moreira Rato.

“Este presidente do IGCP, que esteve no falido Lehman Brothers e que passou pela Goldman Sachs, é uma pessoa que tem uma referência absolutamente negativa, mas que foi recrutado pelo ministro das Finanças, portanto, o senhor primeiro-ministro tem de explicar o que está a fazer neste momento, porque para nós isto é inaceitável”, sublinhou.

Na pergunta enviada ao ministério de Vítor Gaspar, o deputado do PS disse querer saber “quantas entidades estão nestas circunstâncias, quem são as pessoas que usufruem desta exceção salarial e quanto é que cada uma delas ganha”, para além de “quais as entidades que se prevê no futuro vir a excecionar”.

“O Governo está absolutamente desorientado, o primeiro-ministro já não sabe o que se passa no país, é um escândalo sem precedentes o que acaba de acontecer, é algo de insultuoso para todos os portugueses em geral, porque transformar o IGCP numa empresa para pagar aos seus dirigentes mais do que ao primeiro-ministro, colocando gente que tem este currículo pouco recomendável, é algo que transforma a vida pública num escândalo permanente, isto não pode ficar impune”, defende.