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PS/Madeira: “Saber Ouvir” marca nova forma de fazer política

PS/Madeira: “Saber Ouvir” marca nova forma de fazer política

O Partido Socialista da Madeira deu início no passado sábado à iniciativa ‘Saber Ouvir’, que pretende auscultar os madeirenses e os porto-santenses acerca dos seus problemas e anseios, de modo a encontrar as melhores soluções para o futuro da Região.

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Sérgio Gonçalves, PS/Madeira

O evento foi o pontapé de partida para aquele que é um movimento inédito na Madeira, que pretende ouvir as pessoas não só frente a frente, como também em formatos diferentes. “Teremos aplicações e plataformas digitais onde os madeirenses poderão dar contributos e sugestões, participando na construção daquele que é um programa eleitoral inovador, que queremos que seja o Programa de Governo onde os madeirenses se revejam”, disse Sérgio Gonçalves.

Na iniciativa deste sábado, na qual ouviu os testemunhos de diversos intervenientes em temáticas como o custo de vida, a fiscalidade, os baixos salários, a falta de diversificação da economia, a habitação, a educação, as questões sociais, a saúde, a emigração, os desafios da juventude e o despovoamento da costa norte, Sérgio Gonçalves apontou a auscultação da sociedade civil como “absolutamente prioritária”. Conforme referiu, enquanto que iniciativas como a ‘Academia PS’ ou os ‘Estados Gerais’ se constituíram como momentos de auscultação de especialistas, o ‘Saber Ouvir’ é um momento para ouvir os madeirenses e porto-santenses em geral, abrindo espaço para que possam dar os seus contributos sobre “aquilo que pensam ser melhor para a Região e para as suas vidas”.

“A Região tem a mais alta taxa de desemprego, o rendimento médio mais baixo do país, o mais baixo poder de compra. Continuamos a ser uma terra de emigração, tendo nos últimos dez anos 17 mil pessoas deixado a Região por falta de oportunidades. Por isso, é preciso também ouvir as pessoas para melhor decidir e para construir uma Madeira melhor”, sublinhou o presidente do PS/Madeira.

PSD e CDS estão fechados nos gabinetes e alheados da realidade

Sérgio Gonçalves aproveitou também a oportunidade para criticar o Governo Regional e os partidos que o sustentam, referindo que “estão fechados nos gabinetes” e “alheados da realidade”.

“Quando temos um aumento brutal do custo de vida e uma inflação como não víamos há 30 anos, temos um Governo Regional com uma receita extraordinária de IVA de 87 milhões de euros e que não implementa medidas para devolver rendimentos às pessoas ou para baixar o custo dos bens e dos serviços que consumimos”, disparou.

De acordo com o presidente do PS/Madeira, “temos de sair dos gabinetes, temos de falar com as pessoas, perceber quais são os problemas reais, para definirmos soluções concretas”. Algo que, constatou, o executivo não faz, já que se esconde, por um lado para “tentar iludir os madeirenses acerca deste mundo supostamente perfeito em que vivemos – mas os indicadores demonstram uma realidade completamente diferente”, e por outro lado porque não tem a coragem de estar frente a frente com as pessoas nem tem ideias e soluções para apresentar.

Sérgio Gonçalves voltou a vincar a necessidade de reduzir impostos, lembrando o facto de a Região ter uma receita extraordinária de IVA na ordem de 87 milhões de euros. “Temos de usar a Autonomia que temos para reduzir o preço dos bens e dos serviços que consumimos”, sublinhou, apontando que urge igualmente aplicar o diferencial fiscal de 30% em todos os escalões de IRS, para, de forma, imediata, devolver rendimentos às famílias para que possam fazer face ao aumento do custo de vida.

A um outro nível, o líder socialista considerou necessário criar incentivos ao arrendamento e à aquisição de habitação própria. “Hoje, o problema da habitação não é apenas de famílias carenciadas, é também dos jovens e da classe média, que está impedida de aceder ao mercado, dados os preços que se praticam”, referiu.

A dificuldade no acesso à saúde foi outro dos problemas apontados pelo presidente do PS/Madeira, dando conta do facto de, desde 2015, as listas de espera terem duplicado. Sérgio Gonçalves criticou a falta de transparência na gestão das listas de espera e defendeu, ainda, a implementação de tempos máximos de resposta garantidos, medida que já existe em todo o território nacional, mas que, na Madeira, o Governo Regional teima em não implementar.

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