Esta foi uma das ideias abordadas este sábado, na freguesia de Ponta Delgada, num debate promovido no âmbito do roteiro ‘Fazer Diferente – Responsáveis, Próximos Preparados’, que esta semana foi subordinado ao tema da Coesão Territorial e Igualdade.
Na ocasião, o presidente do PS-M apontou a necessidade de reduzir as assimetrias territoriais, constatando que temos uma região com muitas desigualdades, com o despovoamento dos concelhos mais a norte, o abandono da agricultura e uma ocupação do solo que não é sustentável.
Paulo Cafôfo considerou que o investimento no turismo e no setor primário é fundamental para inverter o definhamento dos concelhos mais a norte. Neste campo, afirmou que o concelho de São Vicente e outros deviam ter uma estratégia municipal para o turismo, apostando na informação turística, na requalificação dos espaços públicos (como miradouros e percursos) e na criação de eventos. “Os municípios têm uma competência que tem de ser exercida e não deixar só nas mãos do Governo Regional, para que os turistas possam visitar, mas, acima de tudo, gastar e consumir”, sustentou.
Por outro lado, o líder dos socialistas madeirenses frisou que o setor primário deve constituir uma aposta para o futuro, defendendo que deve ser aplicado na Região o Estatuto da Agricultura Familiar. Paralelamente, considerou que devem ser criados programas de reabilitação de habitações em espaço rural, com disponibilização de áreas agrícolas para quem queira cultivar. Sublinhou ainda que deve haver uma aposta na valorização dos produtos regionais, incluindo na sua transformação, por forma a criar valor acrescentado.
A um outro nível, Paulo Cafôfo explicou que o roteiro ‘Fazer Diferente’ vai abordar, ao longo de 10 semanas, 10 temas de importância regional, mas com incidência no interesse local. Trata-se, tal como explicou, de uma iniciativa que visa a preparação para as eleições autárquicas, percorrendo todos os concelhos e realçando a marca do PS no poder local.
Candidatura “com ideias” para São Vicente
O dirigente socialista apresentou também a candidata à autarquia de São Vicente, Helena Freitas, como uma pessoa com ideias e projetos alternativos àquelas que têm sido as políticas seguidas no concelho. Um concelho onde, vincou, “as pessoas se sentem traídas, porque o atual presidente irá recandidatar-se agora pelo PSD, quando, em 2013, como independente, anunciou que tinha um projeto diferente e separado do PSD”.
Por seu turno, Helena Freitas disse que a Câmara de São Vicente não tem feito nenhum trabalho no que diz respeito ao desenvolvimento do próprio concelho. “Desde 2017 até à presente data que cada vez mais nós temos mais despovoamento, menos população jovem, menos interesse de investimento público e menos criação de emprego”, constatou.
A candidata às eleições autárquicas defendeu que a autarquia deve “trabalhar junto com o Governo para que haja mais canalização de verbas para o concelho e, com estas verbas, podermos atrair novos investidores”. A socialista afirmou que as potencialidades do concelho têm vindo a ser descuradas pela atual vereação e referiu que as diferentes áreas devem estar interligadas e devem ser trabalhadas em conjunto, apontando os casos concretos do turismo e da agricultura. “Só assim é que nós podemos desenvolver o concelho”, rematou.