Ao realçar que a proposta de orçamento regional apresentada pelo executivo de Miguel Albuquerque (PSD) não pode contar com o aval automático dos deputados do PS, Cafôfo aproveitou para deixar claro que “o partido não desiste de apresentar propostas de alteração em áreas prioritárias”.
Habitação, Saúde, aumento dos rendimentos e corte nas gorduras do aparelho governativo foram algumas das áreas apontadas pelo líder dos socialistas madeirenses, que criticou fortemente o facto de “o executivo regional continuar a arrecadar recordes de receitas e a engordar com os impostos dos madeirenses, mas sem cortar nas despesas desnecessárias”.
“O PS tem um compromisso com a população, ao contrário de outros partidos da oposição, que têm compromissos com o PSD e que viabilizam este governo e orçamentos que não têm as prioridades certas”, acusou Paulo Cafôfo, adiantando de seguida que o PS/Madeira irá avançar com “soluções para os problemas crónicos que o executivo não tem sido capaz de resolver”.
O também líder da bancada socialista no Parlamento regional assinalou, nesta ocasião, ser de vital importância “aguardar para conhecer o documento em pormenor para então tomar uma decisão em relação ao sentido de voto”.
Condenou, porém, que os problemas dos madeirenses persistam, apesar da Região nunca ter tido tanto dinheiro como tem agora.
Neste particular, acusou o governo de Albuquerque de ter chegado “tarde e mal” às questões levantadas pelo problema grave de acesso à habitação na Madeira.
“Depois de ter prometido a construção de 1.121 fogos, só estão no terreno cerca de metade”, denunciou Cafôfo que, no que à Saúde diz respeito, receou mesmo já não existir remédio.
Criticou, deste modo, o executivo regional por não cumprir os tempos máximos de resposta – levando a milhares de consultas e cirurgias em atraso –, as constantes faltas de medicamentos na farmácia do hospital e os problemas informáticos quase diários no sistema regional de saúde.
No capítulo da desigualdade e da pobreza, Paulo Cafôfo lamentou ainda que a Madeira continue “sempre no fundo da tabela”, para logo sustentar vincar a necessidade urgente de investir no apoio às famílias, na educação e no aumento dos rendimentos.
Comissão Política analisa sábado moção de censura
Entretanto, e face a uma nova notícia no cenário político regional, conhecida ontem, os socialistas da Madeira criticaram fortemente “a incoerência e os ziguezagues” do partido Chega em relação à atuação do executivo, “que ele próprio viabilizou, e que culmina, para já, com a apresentação de uma moção de censura no Parlamento”.
Na sequência da reunião do Secretariado do PS/M, ocorrida na tarde desta quarta-feira, Paulo Cafôfo frisou que fora precisamente a extrema-direira madeirense que deu luz verde ao atual executivo, “caucionando o regime, quando a maioria dos eleitores já havia expressado nas urnas que não queria o PSD a continuar a governar a Região”, na sequência das suspeitas de corrupção que recaem sobre vários governantes, incluindo o próprio presidente, Miguel Albuquerque.
Em declarações públicas, o líder dos socialistas na Madeira adiantou que a estrutura regional do partido convocou para este sábado, dia 9, uma reunião da Comissão Política com vista a analisar esta questão.
“O PS só tomará uma posição sobre a moção de censura depois de ouvidos os órgãos do partido”, clarificou o presidente do PS/Madeira.