“Quando temos a direção clínica dos Serviço de Saúde da Região a admitir publicamente a existência de 200 altas problemáticas, um número sem precedentes, a ocupação de um terço das camas com estas situações e ainda implicações negativas nas admissões a urgências, internamentos e cirurgias, estamos, sem dúvida, perante um alerta vermelho que não podemos ignorar”, avisa Sérgio Gonçalves.
O líder do PS/Madeira não tem dúvidas sobre as responsabilidades do executivo e da Secretaria Regional com a tutela do setor pelo agravamento na situação e pela iminente rotura no sistema de Saúde Regional, porque, sublinha, “preferiram mascarar a realidade, ignorar e inviabilizar sistematicamente todos os avisos, denúncias, propostas e soluções que o PS tem apresentado”.
Neste ponto, Sérgio Gonçalves lembra as várias iniciativas apresentadas pelos socialistas no Parlamento Regional, desde a proposta de estratégia regional para as altas problemáticas, passando por medidas de melhoramento nos cuidados primários e continuados de longa duração, até à sinalização e caracterização de utentes e dos seus contextos familiares com vista à prevenção a montante e jusante de altas clínicas problemáticas.
Inação desastrosa nas altas problemáticas
“É a todos os títulos condenável que agora, depois de apregoar insistentemente a boa saúde do SESARAM e bloquear soluções, haja conhecimento de que até no serviço de urgência hospitalar existem 11 pessoas com alta clínica, mas sem solução para deixar vaga a cama que ocupam e que outros pacientes urgentes precisam”, destaca o líder socialista, considerando “desastrosa a inação da tutela nesta matéria de vital importância para a população”.
Assim, refere, a agudização da situação em pleno verão “espelha bem o défice na resposta ao nível dos cuidados primários, deixando a nu, mais uma vez, a desarticulação existente entre o setor Social e a Saúde na RAM, revelando também a incapacidade do Governo Regional para enfrentar e resolver este problema”.
E este novo episódio, num “drama que não é novo, mas tem implicações gravíssimas” no funcionamento do Sistema Regional de Saúde, é, segundo o líder socialista, “sinal inequívoco de iminente rotura, nomeadamente na capacidade de internamentos e resposta emergente”.
“Vir agora deixar apelos às famílias para que sejam elas, sem condições, a substituírem o Governo na gestão da Saúde é um recurso desesperado e, no mínimo, desumano, refletindo bem a necessidade de mudança que temos na Madeira”, remata o líder do PS/Madeira.