A posição foi avançada, esta terça-feira à noite, pelo líder da estrutura regional do PS, que, em declarações à comunicação social, convidou os outros partidos da oposição para uma reunião no sentido de serem procurados entendimentos na perspetiva de um acordo pré-eleitoral.
Em conferência de Imprensa realizada ontem, no Funchal, Paulo Cafôfo salientou que perante a previsibilidade de a moção de censura ao Governo Regional chefiado por Miguel Albuquerque ser aprovada e serem convocadas novas eleições, o PS está comprometido com a construção de uma solução de governação estável e séria na Região, desafiando assim os partidos políticos “que realmente querem a mudança” a procurar “pontos de convergência”.
Sublinhando que a Madeira vive tempos de uma grande instabilidade política, que “começa e acaba no PSD e em Miguel Albuquerque”, Cafôfo foi claro ao avisar que a situação não será ultrapassada “enquanto o atual regime se mantiver à frente dos destinos da Região”.
E vincou não haver tempo para hesitações, uma vez que “Miguel Albuquerque já não oferece confiança a ninguém, nem mesmo aos partidos que lhe deram a mão e viabilizaram o seu governo”.
Prova disso, sustentou, é o facto de, pela primeira vez na história da autonomia regional, o Orçamento Regional ter sido rejeitado.
Alertou depois para os prejuízos inerentes à continuidade deste “clima de instabilidade”, que “apenas contribui para a estagnação da Região”, defendendo ser urgente e necessária “uma verdadeira mudança, de modo a ser possível resolver os problemas estruturais da Madeira e os problemas reais com os quais os madeirenses e os porto-santenses se confrontam no seu dia a dia”.
“É preciso devolver a estabilidade à Região para assegurar que temos um presente e um futuro”, enfatizou, realçando não ser possível, no atual quadro parlamentar, construir uma solução governativa estável.
Por uma Região mais forte, justa e próspera
Entretanto, numa conferência de imprensa realizada hoje, na Assembleia Legislativa da Madeira, a deputada Marta Freitas lançou duras críticas ao PSD por ter mergulhado a Região numa crise políticas da sua única e exclusiva responsabilidade.
Recordando que metade dos membros do Governo Regional estão envolvidos em processos judiciais por suspeitas de corrupção, a deputada do PS classificou a atual situação na Madeira como “gravíssima e inaceitável num Estado de direito democrático”.
De seguida, ao contextualizar o voto contra do PS ao Orçamento Regional, a parlamentar apontou que Miguel Albuquerque se encontra “descredibilizado, desacreditado e esgotado”, deplorando que as pessoas continuem sem respostas para os problemas na habitação ou na saúde, tendo de fazer escolhas difíceis “porque os baixos rendimentos não chegam para cobrir as despesas”.
E é por isso, frisou, que o PS está “disponível para construir uma solução governativa responsável e estável para a Região, em que as pessoas sejam a prioridade”.
Nesse sentido, reafirmou a abertura socialista a um “diálogo para procurar convergências entre todos”.
“Vivemos tempos de pontes e de concordâncias. É assim que acreditamos que é possível operar uma mudança na Região, recuperar a estabilidade e construir uma Madeira mais forte, mais justa e mais próspera para todos os madeirenses e para as próximas gerações”, rematou.