O presidente do PS/Madeira – que na terça-feira, juntamente com o Grupo Parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Madeira, a eurodeputada Sara Cerdas e os deputados à Assembleia da República Miguel Iglésias e Marta Freitas, se reuniu com o coordenador do Grupo dos Socialistas e Democratas da Comissão de Desenvolvimento Regional (REGI) no Parlamento Europeu – apontou as condicionantes que a Madeira enfrenta enquanto região insular e ultraperiférica e sublinhou a necessidade de a Europa ter estas particularidades em atenção nas suas políticas.
O dirigente socialista deu conta a Marcos Ros Sempere que, apesar dos fundos europeus que a Madeira tem vindo a auferir ao longo de décadas, o modelo de desenvolvimento que foi seguido pelo Governo Regional foi maioritariamente sustentado nas obras públicas, sendo que as políticas erradas colocaram a Madeira como a região com o maior risco de pobreza do país, da qual mais de 17 mil pessoas foram obrigadas a emigrar na última década por falta de oportunidades.
No encontro de trabalho, Sérgio Gonçalves alertou o coordenador dos S&D da Comissão de Desenvolvimento Regional para a importância de a União Europeia continuar a autorizar as zonas económicas especiais como a Zona Franca da Madeira, sublinhando o quanto o Centro Internacional de Negócios é fundamental para a atração de novas empresas, para a diversificação da economia regional e para a criação de emprego qualificado.
Por outro lado, o presidente dos socialistas madeirenses defendeu que os projetos-piloto que venham a ser decididos pela União Europeia tenham sempre uma componente regional, uma medida que contribuiria igualmente para o desenvolvimento dessas mesmas regiões – neste caso a Madeira – ao nível da inovação e da criação de mais e melhores postos de trabalho.
Entre os assuntos em cima da mesa esteve ainda o denominado ‘Objetivo 55’, que preconiza a meta da União Europeia de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55% até 2030. Neste campo, Sérgio Gonçalves voltou a defender a criação de um regime de exceção para a Madeira, tendo em conta a total dependência da RAM em relação aos meios aéreos e marítimos para o transporte de pessoas e bens.