Para Sérgio Gonçalves, avizinha-se um “período de grandes dificuldades, porque em 2023 continuaremos a ter uma taxa de inflação elevada e o aumento das taxas de juro, que causarão muitos constrangimentos para todas as famílias e empresas da Região, e para as quais este Orçamento não dá as respostas necessárias”.
O presidente do PS/Madeira recordou as palavras do secretário regional das Finanças sobre o recorde de receita fiscal devido à redução de impostos, defendendo os socialistas que esta redução deveria ser feita até o diferencial máximo fiscal de 30% e aproveitar essa receita para implementar medidas de apoio às famílias e às empresas.
O PS critica, por outro lado, o valor reduzido das novas medidas de apoio social, que não responde aos problemas da saúde e da habitação, áreas onde os socialistas irão apresentar também propostas, como a implementação dos tempos máximos de resposta garantidos na saúde, de forma a resolver as listas de espera que duplicaram desde que Miguel Albuquerque é presidente do Governo.
Também na habitação, o PS considera que as respostas têm sido insuficientes, mesmo com as verbas do PRR, pelo que os socialistas irão apresentar uma proposta para serem feitos contratos-programa com as Câmaras Municipais de forma a dar resposta a este problema a nível local.
Nos rendimentos, para além de defender a redução até o diferencial máximo no IVA e em todos os escalões de IRS, o Partido Socialista defende um complemento ao salário mínimo de 7,5% para 2023. Para Sérgio Gonçalves, “é fundamental que os rendimentos acompanhem aquilo que tem sido a inflação e, não existem, neste orçamento, respostas a esse nível”.
“Num orçamento que se diz que quer promover a coesão e a estabilidade, não podemos esquecer os concelhos mais a norte e o Porto Santo, zonas que foram beneficiadas com a inclusão da Madeira nos territórios de baixa densidade e cujas empresas já têm uma taxa de IRC de 8,75%, mas zonas para as quais o PS entende que são necessárias medidas adicionais, que promovam a criação de emprego jovem, com incentivos às empresas, medidas que promovam o investimento de regressados da diáspora e também de apoio às empresas que se dedicam ao setor primário que nestes concelhos, como sabemos, têm um papel muito importante”, referiu.
Por estas razões, explicou Sérgio Gonçalves, a proposta de Orçamento terá o voto contra do PS na generalidade, e o partido irá apresentar mais de uma centena de propostas de alteração na esperança de que o Governo Regional, pela primeira vez, aceda à postura construtiva socialista, no sentido de encontrar soluções para os problemas dos madeirenses.