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PS lamenta tacticismo político do PSD por agendar debate sobre tema que já está em discussão

PS lamenta tacticismo político do PSD por agendar debate sobre tema que já está em discussão

A deputada do PS Sofia Andrade pediu “bom-senso e sentido de responsabilidade” ao PSD por agendar um debate de urgência sobre os atrasos na realização de juntas médicas, um tema que tem vindo a ser discutido em especialidade.

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Sofia Andrade

“Apesar de não se colocar em causa a legitimidade de cada partido em requerer um debate de urgência, impõe-se, ainda assim, bom-senso e sentido de responsabilidade. E, nesta matéria, o PSD não demonstrou nem uma coisa, nem outra”, denunciou a socialista durante o debate sobre atrasos na realização de juntas médicas.

Admitindo que “o Partido Socialista tem bem presente a realidade dos atrasos na realização das juntas médicas e, consequentemente, na emissão dos atestados”, Sofia Andrade salientou que, por isso mesmo, esta matéria tem vindo a ser discutida na Comissão de Saúde, em fase de especialidade.

“Temos, por isso, dificuldade em perceber o timing assumido pelo PSD para a realização deste debate de urgência”, disse.

A socialista acusou mesmo os social-democratas de estarem a realizar um “exercício de tacticismo político” por agendarem “um debate quando se está numa fase de trabalho na especialidade, com audições importantes a serem realizadas e que nos irão certamente dar contributos para colmatar as falhas que persistam nesta matéria”.

Sofia Andrade avisou depois que não pode haver “um debate sério sobre a questão dos atrasos nas juntas médicas se, convenientemente, esquecermos o período difícil por que passámos nos últimos anos devido à pandemia”.

“Foram os nossos profissionais de saúde, nomeadamente as equipas de saúde pública, que diariamente lidavam com os processos e emissão dos atestados, quem esteve na linha da frente do combate à pandemia”, recordou a parlamentar, frisando que, por isso, foram adotadas medidas em regime excecional “para agilizar o processo de emissão dos atestados, como um regime específico para os doentes oncológicos ou mesmo a prorrogação da validade dos atestados de incapacidade”.

A deputada do Partido Socialista enalteceu o trabalho que tem vindo a ser feito pelo Governo e deu alguns exemplos: “A constituição e a gestão das juntas médicas estão, desde junho de 2020, sob a alçada das ARS [Administrações Regionais de Saúde], cuja alteração permitiu uma gestão muito mais flexível deste processo, tendo sido constituídas até ao momento 142 juntas médicas de avaliação de incapacidades; por outro lado, houve uma alteração orgânica que permitiu que as equipas responsáveis pela realização de juntas médicas deixassem de ser obrigatoriamente constituídas apenas por autoridades de saúde e pudessem ser também constituídas por médicos especialistas”.

A deputada adiantou que “o Governo está a trabalhar no sentido de implementar uma base de dados centralizada, à qual as administrações regionais de saúde comunicam a informação relacionada com as juntas médicas – a data e o local em que são realizadas, bem como a data e a natureza do atestado emitido – podendo, para tal, recorrer a financiamento do PRR ou de outros instrumentos da União Europeia”.

“Não fugimos à responsabilidade de garantir o acesso dos cidadãos a direitos consagrados na lei. Agora, o que não fazemos é alimentar a modalidade praticada por alguns partidos de querer fazer tudo a todo o custo”, assegurou Sofia Andrade.

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