“Percebemos agora que o PSD quis transformar o hemiciclo num palco em ambiente de campanha pré-eleitoral”, sustentou a socialista Maria Antónia Almeida Santos durante o debate político com a ministra da Saúde requerido pelo PSD.
“De propostas concretas para a resolução de problemas, pouco conhecemos”, frisou a socialista, que afiançou que só foi revelado o “tradicional livro de cheques que o PSD, quando se quer demitir das suas responsabilidades, encaminha os doentes para o setor privado e transforma assim o Serviço Nacional de Saúde num serviço mínimo para os mais desfavorecidos”.
Ora, a visão do Partido Socialista “é outra”, garante a também presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, que explicou que consiste num “Estado social forte, universal, que atenue as desigualdades através de prestações próximas, humanizadas e que não discrimine ninguém em função de apólices ou mesmo da situação económica”.
Para Maria Antónia Almeida Santos, “é esta diferença de visão sobre as mais elementares funções sociais do Estado que acaba por servir de pretexto para o PSD apoucar os feitos do Serviço Nacional de Saúde, esse sim, assente em quase 140 mil profissionais de saúde que diariamente dão o melhor de si para a prestação dos cuidados de saúde, desde os centros de saúde às mais sofisticadas intervenções cirúrgicas nos hospitais”.
Aqui, a socialista deu exemplos concretos, como “a recuperação das consultas, os investimentos em curso e a vacinação”, que “bastariam por si”, mas o PS tem “a humildade de reconhecer que é preciso fazer mais”.
Perguntando mais uma vez quais são as propostas dos social-democratas para a área da saúde, Maria Antónia Almeida Santos realçou que “parece que o que falta em propostas ao PSD sobra em oportunismo político”.
148 mil profissionais de saúde no SNS é um número “extraordinário”
Também a vice-presidente da bancada do PS Hortense Martins notou que a direita não tem “nenhuma solução para defender o Serviço Nacional de Saúde” e alertou estes partidos que “os erros se enfrentam com soluções”.
Comparando a ação do atual Governo com o anterior Executivo PSD/CDS, Hortense Martins sublinhou que “há a diferença de quem defende o Serviço Nacional de Saúde para que os portugueses tenham a ele acesso e há a diferença de quem corta para inibir os portugueses de aceder” ao SNS.
Numa altura em que o Serviço Nacional tem recebido cada vez mais recursos financeiros, a socialista assinalou que o deputado único da Iniciativa Liberal disse no debate desta tarde que “os meios financeiros não têm importância”.
“Parece que agora que estamos a pôr cada vez mais recursos financeiros – que são necessários –, já não são importantes”, ironizou a deputada.
Em seguida, Hortense Martins explicou a todas as bancadas a importância do investimento: “É isso que faz com que possamos pagar melhor aos profissionais de saúde e consigamos ter, neste momento, 148 mil profissionais de saúde no SNS. E esse é um número extraordinário para darmos uma resposta eficaz e eficiente como os portugueses precisam”.
A vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS destacou que hoje foram anunciados “mais 745 milhões de euros para reforçar a capacidade de produção do SNS e a capacidade de resposta quer através dos hospitais, quer através das ARS (Administrações Regionais de Saúde)”.
Por fim, respondendo ao deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, Hortense Martins alertou que “não pode fazer uma análise como se não tivesse havido pandemia”. E confrontou-o, revelando que tem ouvido o parlamentar falar “nos fóruns internacionais e, felizmente, lá consegue reconhecer que em Portugal estamos a fazer tudo bem em defesa dos portugueses”.