Em declarações à Rádio Renascença, o Secretário-Geral Adjunto do PS, João Torres, depois de lamentar que Cavaco Silva insista em manter, “ao longo dos últimos anos”, uma postura e um “estilo destrutivo” em relação ao Governo e ao PS, nada diga agora sobre as “ambiciosas propostas” que o executivo socialista apresentou esta semana “justamente para apoiar as famílias”.
É “estranho”, acrescentou João Torres, que um antigo chefe de Estado, perante um problema como o da habitação, que o Governo do PS teve a coragem, ao contrário de outros, de trazer para a discussão pública, não olhe antes para as “ambiciosas medidas” recentemente aprovadas pelo executivo socialista referentes ao alívio das taxas de juro, no qual o Estado, como lembrou, “prevê suportar entre 50 a 75% dos aumentos de juro dos créditos à habitação de milhares de famílias”.
Construir alternativas
Também a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, número dois do Governo, considerou que “aqueles que só sabem criticar, devem ficar com essas críticas”, colocando o antigo chefe de Estado, Cavaco Silva, no rol daqueles que “nada têm feito ou contribuído para a construção de alternativas”.
De acordo com a também dirigente socialista, que falava à margem de um evento nacional relativo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ao Governo cabe a tarefa de tudo fazer para “melhorar e resolver os problemas dos portugueses”, garantindo, a este propósito, que o que o executivo ouviu da parte da sociedade, foi um apelo para que voltasse a abrir a discussão “em torno de temas como os da habitação”, afiançando que, tal como em relação às restantes matérias, também aqui o Governo está apostado em contribuir para que se encontre na sociedade “o maior consenso possível”.
Para a ministra Mariana Vieira da Silva, do que já não restam dúvidas é que o Governo teve a coragem de trazer para a discussão política o pacote de medidas para a habitação, um dos temas, como reconheceu a governante, “que os portugueses mais sentem como prioritário”.