PS lamenta “coligações negativas” à direita para eleições autárquicas
O secretário-geral adjunto do Partido Socialista, José Luís Carneiro, considerou hoje, no Parlamento, que o acordo entre o PSD e o CDS para as eleições autárquicas não passa de “uma coligação negativa” que não trouxe “uma única ideia sobre o desenvolvimento local”
O secretário-geral adjunto do Partido Socialista, José Luís Carneiro, considerou hoje, no Parlamento, que o acordo entre o PSD e o CDS para as eleições autárquicas não passa de “uma coligação negativa” que não trouxe “uma única ideia sobre o desenvolvimento local”, e anunciou que o PS concluirá o processo autárquico interno até meados de abril.
“O PSD/CDS apresentaram ontem uma coligação negativa ao país”, uma vez que “o único elemento aglutinador dessa coligação é um elemento negativo”, ou seja, “estar contra o Partido Socialista e estar contra os seus autarcas”, asseverou o dirigente socialista, em declarações aos jornalistas, depois de Rui Rio, presidente do PSD, e Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS, terem assinado um acordo de coligação para as autárquicas.
Para José Luís Carneiro, “tirando o detalhe contabilístico, não foi possível conhecer uma única ideia sobre o desenvolvimento local”. “Pelo contrário, o Partido Socialista tem propostas positivas para apresentar ao país sobre o desenvolvimento local”, revelou o também vice-presidente da bancada socialista, que contou que o PS está a trabalhar com os seus autarcas para conseguir “políticas claras para a saúde, para o emprego, para os transportes e para a mobilidade, para a educação e a qualificação dos portugueses, e para qualificar o espaço público e a vida democrática”.
“Primeiro uma visão programática do modo como queremos o futuro das nossas comunidades locais, depois as candidaturas”, é esta a estratégia do Partido Socialista, frisou o parlamentar. “Daí que seja claro para nós que a proposta do PSD e do CDS – como disse tirando o detalhe contabilístico – não traz um contributo para o debate sobre o futuro do desenvolvimento do poder local democrático”, reiterou.
José Luís Carneiro explicou que “no mês de abril e nas comemorações da fundação do Partido Socialista – um dos partidos fundadores das nossas liberdades e dos nossos direitos fundamentais” –, o PS vai analisar as suas “marcas no poder local democrático desde 1976 e conhecer como os autarcas socialistas por todo o país foram capazes de arregaçar as suas mangas, trabalhar com as populações nas infraestruturas fundamentais de água, de saneamento, nas infraestruturas de transportes rodoviários, nas infraestruturas escolares, nas infraestruturas de saúde, nas infraestruturas de habitação, erradicando as barracas que havia nos grandes centros urbanos, os investimentos na inovação económica local e no empreendedorismo local”.
“Depois desta avaliação das marcas que orgulham os dirigentes do Partido Socialista, tendo nos obreiros do poder local os grandes fazedores do desenvolvimento do país, teremos um período que já está em fase de trabalho para podermos apresentar as linhas programáticas fundamentais do Partido Socialista para as eleições autárquicas”, divulgou. Só depois “aparecerão as protagonistas e os protagonistas para entregarem as suas vidas ao desenvolvimento das nossas comunidades locais”, sublinhou o secretário-geral adjunto do PS.
José Luís Carneiro salientou que “esta é a estratégia que o Partido Socialista estabeleceu” e disse que até à primeira quinzena do mês de abril o essencial das candidaturas às eleições autárquicas estará definido.
“O Partido Socialista está concentrado nas funções governativas e, aliás, funções que têm mobilizado muitos dos nossos autarcas no controlo da pandemia, na campanha de vacinação e na recuperação económica e social. É aí que estamos concentrados”, vincou.
A Rui Rio, que defende que as autárquicas devem ser adiadas, José Luís Carneiro deixou uma mensagem: “Não deixa de ser curioso alguém que está a antecipar os calendários para as eleições autárquicas ter precisamente como proposta, não tanto uma visão sobre o desenvolvimento local, mas sim o adiamento das eleições, que, no nosso entender, não serve os interesses democráticos”.