“Esta manhã demonstra bem que a direita deste Parlamento se preocupa sempre mais com a forma como suporta os meios privados da saúde”, lamentou a vice-presidente da bancada do PS durante a discussão em plenário das normas avocadas.
Respondendo ao deputado do CDS Paulo Núncio, que disse que “a bancada do Partido Socialista demoniza os privados na saúde”, Mariana Vieira da Silva frisou que o PS “recorre a eles sempre que necessário”.
No entanto, “o Partido Socialista demoniza o desvio de recursos do setor público para o setor privado como a portaria que hoje está publicada bem demonstra, porque a única preocupação do PSD e do CDS é garantir que os recursos vão para lá”, sustentou. Foi hoje publicada em Diário da República uma portaria que aprova um plano estratégico de melhoria do acesso de curto prazo de resolução das listas de espera cirúrgicas fora dos tempos máximos de resposta garantidos, estipulando um regime excecional à recuperação da atividade assistencial cirúrgica, com recurso aos setores social e privado.
“Não importa depois se os seguros de saúde na ‘hora H’ não defendem as pessoas, não importa depois se os próprios privados dizem que não têm os recursos para fazer aquele tipo de serviço ou prestação, a única coisa que importa à direita é assegurar que refunda o SNS valorizando o privado”, criticou.
Assim, a vice-presidente da bancada deixou uma certeza: “Para isso, podem sempre contar com a oposição do Partido Socialista”.
Programa Bairros Saudáveis deve ser continuado
Mariana Vieira da Silva apelou também à aprovação da proposta do PS sobre o programa Bairros Saudáveis: “Depois do muito que o país discutiu nas últimas semanas sobre os acontecimentos nas áreas metropolitanas, é necessário podermos refletir sobre as respostas”.
E, “ao contrário do que costuma dizer a bancada do PSD, não é uma questão de não se ter feito nada”, assegurou a socialista, que recordou que o “PRR tem 250 milhões para investir nas comunidades desfavorecidas que foram desenhados pelas áreas metropolitanas e pelos presidentes de câmara de todos os partidos nestas áreas metropolitanas”.
De acordo com Mariana Vieira da Silva, “a questão aqui está em saber se entendemos ou não que cabe aos cidadãos destes bairros desenhar e construir o seu futuro”, o que significa “ter projetos de base local, ter projetos de dimensão artística e cultural, serem as associações de moradores, em conjunto com a escola, com o centro de saúde ou com o centro do IEFP, a desenhar os seus próprios caminhos de qualificação e de recuperação das suas competências, ou definir os seus caminhos de inclusão”.