PS impõe ida de Mota Soares ao Parlamento

O PS revelou que a comissão parlamentar de Trabalho aprovou hoje, por unanimidade, a audição do ministro da Solidariedade Social por causa da suspensão das reformas antecipadas.

O Partido Socialista entregou no Parlamento um pedido de audição com “carácter de urgência” de Mota Soares, por causa da suspensão das reformas antecipadas e da forma “escondida” e “à socapa” como a medida foi tomada pelo Governo. Ainda não há data marcada para a ida do ministro à Assembleia da República.

“O Estado, desta forma, gorou as expetativas criadas a milhares e milhares de pessoas, algo que tem um impacto brutal em milhares de portugueses, e é algo que tem também um impacto na relação de confiança que deve existir entre o Estado e os cidadãos”, afirmou o deputado Miguel Laranjeiro.

Para além do conteúdo do diploma do Governo, o PS também coloca em causa a forma como foi aprovado e publicado: “Queremos explicações, porque isto foi uma decisão tomada às escondidas, à socapa, decidida num Conselho de Ministros e só uma semana depois, sem qualquer anúncio, sem qualquer preparação, publicada em Diário da República”, afirmou o deputado.

O Executivo aprovou a “suspensão imediata” das normas do regime de flexibilização da idade da reforma antes dos 65 anos, admitindo, contudo, o acesso à pensão de velhice aos desempregados involuntários de longa duração.

Na segunda-feira, Pedro Passos Coelho justificou o congelamento das reformas antecipadas sem conhecimento do público para que não se verificasse uma corrida anormal a este tipo de pensões.

A decisão da comissão parlamentar de Trabalho veio dar, assim, razão ao Partido Socialista.