PS: “Governo derrotado no essencial do coração da sua política”

O PS disse hoje que, após se conhecerem os dados revelados pelo INE, se pôde chegar, mais uma vez, à conclusão que a receita de austeridade do “custe o que custar” falhou e afiançou que os resultados do desemprego vão continuar “a ser mais pessimistas”.

“Portugal ficou hoje a conhecer o valor do PIB no segundo trimestre de 2012 e, como esperado, foi confirmada a estimativa rápida do INE”, afirmou Eurico Brilhante Dias.

“A receita de austeridade custe o que custar falhou”, asseverou o socialista, que acusou o Governo de ter optado por uma “estratégia de empobrecimento acelerado do país”.

O secretário nacional disse que este Governo foi “derrotado ideologicamente quando o BCE decidiu intervir para gerir a crise da dívida soberana” e que se trata, também, de um “Governo derrotado no essencial do coração da sua política”.

Segundo Eurico Brilhante Dias, o consumo das famílias decresceu nos bens alimentares e de grande necessidade, algo que espelha a gravidade da situação que se vive no país.

“A capacidade instalada da economia portuguesa está a ser colocada em causa”, declarou.

O facto de as exportações de bens e serviços terem desacelerado é “um sinal claro de como o Governo pretende reequilibrar a balança de bens e serviços à custa do empobrecimento dos portugueses”, observou.

“Com estes resultados, não surpreende ninguém que as previsões do desemprego continuem a ser as mais pessimistas”, afirmou, acrescentando que é possível que se aproximem rapidamente dos 16%.

Eurico Brilhante Dias afiançou que “Portugal precisa de outro caminho”, já que a “austeridade custe o que custar esgotou todos os seus argumentos”. O que o país precisa é de “criação de emprego e crescimento económico”, acrescentou.

“O nosso trabalho é corrigir o défice e criar condições e oportunidades para que os portugueses possam viver em Portugal”, declarou.

O dirigente socialista deixou, ainda, uma nota ao primeiro-ministro, que irá anunciar hoje ao país novas medidas de austeridade: “É preciso mais tempo, como o PS já defende desde novembro, sem que os portugueses padeçam de uma austeridade que os está a levar à insolvência”.

“É tempo de refletir se com mais austeridade não estamos a fazer com que as receitas diminuam”, apelou.

Eurico Brilhante Dias terminou o seu discurso, garantindo que a “estabilidade é o elemento central para que Portugal possa sair da crise e o PS tem dado sempre o seu contributo como o maior partido de oposição”.