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PS exige respostas ao Governo

PS exige respostas ao Governo

O PS exigiu hoje ao Governo que esclareça se aceita aplicar parte ou a totalidade dos 4,2 mil milhões euros adicionais provenientes da 'troika' no capital adicional do futuro banco público de fomento.

A posição foi transmitida pelo porta-voz , João Assunção Ribeiro, no final de uma reunião do Secretariado Nacional do PS.

Em conferência de imprensa, João Ribeiro referiu que o secretário-geral do PS, António José Seguro, na sexta-feira, durante o último debate quinzenal, no Parlamento, questionou o primeiro-ministro sobre o destino destes 4,2 mil milhões de euros e não obteve qualquer resposta.

“O secretário-geral do PS propôs que parte ou a totalidade dos 4,2 mil milhões de euros adicionais que serão transferidos pela 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) sejam aplicados como capital inicial do banco de fomento. O Governo não respondeu a esta proposta. Queremos saber se o Governo está ou não de acordo com a proposta do PS, e se não estiver de acordo queremos saber o que tenciona fazer com esses 4,2 mil milhões de euros adicionais”, declarou João Assunção Ribeiro.

De acordo com este dirigente socialista, Portugal atravessa uma conjuntura de “espiral recessiva” em que “as empresas vivem momentos de aflição, precisam de financiamento, de confiança e de confiar em quem as governa”.

“Cada dia que passa representa mais falências, mais desemprego e maiores dificuldades das pequenas e médias empresas no acesso a financiamento”, afirmou.

Também presente na conferência de imprensa, o assessor para a área de Economia do PS, Óscar Gaspar, traçou um quadro cinzento da situação económica nacional.

“Não há crédito em Portugal e quando esse crédito existe paga-se a preços proibitivos para os empresários. Em consequência, a economia está pior do que há um ano e o motor da economia (que eram as exportações) está a desacelerar”, apontou Óscar Gaspar.

Por essa razão, na perspetiva do ex-secretário de Estado, “é essencial que as empresas tenham acesso ao crédito, seja para financiar exportações, seja para fazer investimentos”.

“Um dado dramático é que o investimento está a cair a pique em Portugal, o que coloca em causa o potencial de crescimento económico”, disse.

Na conferência de imprensa, o porta-voz socialista anunciou também que o PS “vai promover três novas conferências públicas, abertas à comunicação social: Dia 02 de fevereiro sobre crescimento económico e emprego, a 03 de fevereiro sobre combate às desigualdades sociais e a 09 de fevereiro com o tema boa governação”.

Numa alusão crítica à recente conferência promovida por meios governamentais sobre reforma do Estado, o porta-voz do PS declarou: “Este debate é contínuo e é herdeiro da tradição reformista do PS, sendo aberto à participação de todos os portugueses. Não estamos a debater nada à porta fechada, nem nas costas dos portugueses, nem estamos a discutir cortes”, acrescentou.